RIO ? Os investimentos maciços da China para mitigar danos ao ecossistema causados na esteira do boom econômico do país estão valendo a pena. Esta é a conclusão de um estudo coordenado pela Universidade Estadual de Michigan (MSU, na sigla em inglês), que investigou, entre 2000 e 2010, como a potência asiática destinou cerca de US$ 50 bilhões na administração da produção de alimentos, o sequestro de carbono, o uso de solos, a retenção de água e a preservação da biodiversidade, entre outros temas.
Os programas nacionais de conservação da floresta e de conversão de uso de terrenos inclinados, inaugurados a partir de 2000, financiaram produtores rurais interessados em restaurar áreas de mata, uma ação que reduziu a pobreza e trouxe benefícios ambientais. Os projetos distribuíram cerca de US$ 50 bilhões na primeira década.
O levantamento americano foi realizado a partir de ferramentas como imagens de satélite, estudos em campo e registros históricos. A produção de alimentos e a captura de carbono foram os serviços ao ecossistema mais beneficiados pelos novos projetos.
Segundo a equipe da MSU, a pesquisa mostra que ?a melhoria dos serviços do ecossistema e o crescimento econômico podem coexistir?.
? Esperamos que as experiências para o avanço dos serviços de ecossistema da China possam atender outros enormes desafios ambientais do país, como a poluição do ar, da água e a escassez de recursos ? avalia Jianguo Liu, diretor do Centro para Integração de Sistemas e Sustentabilidade da MSU. ? Eles (os projetos) também podem oferecer informações úteis sobre os problemas ambientais e a pobreza em outras partes do mundo.
Os resultados da pesquisa foram publicados na edição desta semana da revista ?Science?.