Cotidiano

China culpa EUA por lançamento de míssil balístico da Coreia do Norte

64866454_North Korean leader Kim Jong Un guides the test-fire of Pukguksong-2 on the spot in this un.jpg

PEQUIM e MOSCOU ? Em seu primeiro comentário oficial sobre o lançamento de um míssil balístico no domingo pela Coreia do Norte, a China culpabilizou os Estados Unidos e a Coreia do Sul pelo teste nuclear. O governo chinês disse que o principal motivo que leva Pyongyang a desenvolver os mísseis é a difícil relação com Washington e Seul. No entanto, condenou as provocações militares e prometeu manter uma postura construtiva e responsável na intermediação de tensões internacionais. LINKS COREIA

A declaração da China vem depois de as tensões se elevarem na sua própria relação com os EUA. O novo presidente americano, Donald Trump, acusou o país de não exercer pressão suficiente para que seu vizinho comunista abandone o programa nuclear.

Nesta segunda-feira, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Geng Shuang, afirmou que o governo chinês se opõs ao teste. E instou todas as partes a evitar ações de tom provocativo, reforçando que a China há muito tempo encoraja a Coreia do Sul e os EUA a dialogar com a Coreia do Norte.

O governo da Rússia, por sua vez, expressou preocupação pelo mais recente teste de míssil norte-coreano, que contraria as resoluções das Nações Unidas. O Kremlin pediu que todas as partes envolvidas mantenham a calma e evitem a escala de tensões na península coreana.

De acordo com a agência de notícias estatal KCNA, o líder Kim Jong-un supervisionou no domingo o lançamento do foguete Pukguksong-2, um novo tipo de arma estratégica capaz de carregar uma ogiva nuclear.

De acordo com militares sul-coreanos, o projétil foi disparado às 7h55 a partir da base aérea de Banghyon, no oeste do país, e voou em direção ao leste por 500 quilômetros, caindo no Mar do Japão. A suspeita era que se tratava de um míssil Musuan, de alcance intermediário, com alcance máximo entre 3 mil a 4 mil quilômetros, capaz de atingir o Alasca.

Trata-se do primeiro teste com mísseis desde que Trump assumiu a Casa Branca. O temor é que a Coreia do Norte se torne capaz de construir um míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês), que possa atingir a zona continental dos EUA.

A Coreia do Norte já conduziu cinco testes nucleares, sendo dois deles no ano passado. Entretanto, suas alegações de ter desenvolvido tecnologia de miniaturização, para inserção das ogivas em mísseis, ainda não foi verificada por fontes independentes.

A KCNA informou ainda que o míssil foi disparado num ângulo que considerou a segurança dos países vizinhos. O Pukguksong-2 é movido a combustível sólido, que fornecem maior alcance aos projéteis, além de agilizar os lançamentos, por ser de mais fácil abastecimento. Dessa forma, a identificação de um ataque iminente se torna mais difícil.

Trump e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, responderam ao teste afirmando que Tóquio e Washington estão “cem por cento” juntos. Abe, por sua vez, afirmou que a atividade é “absolutamente intolerável”.