RIO – O Chile rejeitou, na noite dessa sexta-feira, uma ?impertinente? nota enviada pela Venezuela em protesto contra uma suposta agressão de policiais chilenos a um cidadão venezuelano em Santiago. O governo de Maduro enviou o documento na quarta-feira, em que fala de um ?uso excessivo de força pública? contra o venezuelano Carlos Díaz ? detido por policiais supostamente ao defender um cidadão do Haiti ? e pede investigações sobre o ocorrido.
?O Chile rechaça o impertinente Comunicado de Imprensa do Governo da República Bolivariana da Venezuela?, escreveu a chancelaria chilena em comunicado.
A diplomacia chilena assegurou que Díaz, poucas horas depois de ser detido, ?ficou em liberdade e em todo momento contou com as prerrogativas de assistência consular à qual tem direito por parte das autoridades venezuelas?, e acrescentou que já pediu à polícia uma investigação do fato.
O governo de Santiago expressou surpresa com a nota venezuelana e qualificou como inaceitáveis as acusações, afirmando que o Chile é ?um país em que impera o estado de direito, que zela pelo amplo respeito aos direitos humanos, onde há plena separação entre os poderes do Estado?. A chancelaria sugere também que, caso seja vontade de Díaz, ele pode recorrer à Comissão Interamericana de Direitos Humanos para denunciar o ocorrido uma vez esgotadas as instâncias internas.
A controvérsia eclode em um momento em que a Venezuela vive uma complicada situação política e econômica, em meio a manifestações massivas de opositores e partidários do governo de Nicolás Maduro, além de uma inflação para este ano calculada em 475% pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
