Cotidiano

Chapeleira faz sucesso ao descomplicar o uso do acessório

RIO – Neta de chapeleira, chapeleira é. Bárbara Heliodora é neta de Maria Catharina Goulart Gonzaga, uma das primeiras mulheres de Brasília a produzir chapéus e outros adornos para a cabeça. Mas não foi criando peças assim que Bárbara começou a sua vida profissional. Antes de se dedicar a este ofício tão artesanal, ela se formou em Administração de Empresas e fez pós-graduação em Marketing.

— Trabalhei oito anos no mercado corporativo, mas decidi parar e mudar de rumo. Cresci com a minha avó me usando como modelo dos seus chapéus. Ela fez muitas peças para mulheres de políticos e embaixadores. Algumas, hoje, são minhas clientes.

Depois de um ano sabático e de estudar na Central Saint Martins, em Londres, ela começou a produzir chapéus, grinaldas e casquetes (ou fascinators). Suas peças são usadas em casamentos, bailes de gala e em eventos como o Grande Prêmio Brasil de Turfe, que acontece amanhã no Jockey Clube.

Em julho, Bárbara vai lançar, na multimarcas Dona Coisa, uma expansão da sua marca, a BarbaraH. Mais casual, a linha terá chapéus de design lúdico e divertido. A primeira coleção é formada por seis modelos que unem geometria e rabiscos em chapéus do tipo Panamá e de feltro. A coleção terá edição limitada e também poderá ser encontrada no site www.barbarah.com.br ou no charmoso ateliê da designer, na Praia de Botafogo, com hora marcada.

— Durante a minha trajetória, recebi muitos pedidos para criar peças que combinassem com o guarda-roupa do dia a dia. No Brasil, o uso do chapéu ainda é restrito à praia. A minha ideia é descomplicar o uso do acessório. É levar o chapéu para o dia de lazer com a família, para um passeio no parque ou para uma festa noturna e um show de rock. É um convite: use e ouse sem medo — propõe a designer.

Homônima da crítica de teatro Bárbara Heliodora, que morreu em abril do ano passado, Bárbara perdeu a conta de quantas vezes teve que responder se haviam nascido na mesma família.

— Sou apenas mais uma homônima, mas sempre admirei a exigência e a dedicação ao teatro de Bárbara Heliodora. Só temos em comum esse nome marcante. No meu caso, a intenção foi homenagear uma outra Bárbara, que foi poetisa e inconfidente mineira.