Cotidiano

Cerca de duas mil crianças estão em situação de trabalho infantil

Os últimos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelam que em Cascavel há cerca de duas mil crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil.

O número preocupante é levado a debate para que essa realidade seja revertida. Profissionais de todos os serviços de atendimentos assistenciais e educacionais em Cascavel fizeram ontem, no 5º Seminário Municipal de Sensibilização ao Enfrentamento e Erradicação do Trabalho Infantil essa abordagem.

“Temos que trabalhar em rede para buscar a identificação, se esse número ainda existe, se foi superado, ou se aumentou, para criarmos estratégias de combater o trabalho infantil no município”, afirma o secretário de Assistência Social, Hudson Moreschi Junior.

O tema foi aprofundado com palestra da psicóloga e assistente social, Adriana Turbay. Segundo ela, o assunto é extremamente polêmico, devido à maioria da população brasileira enxergar o trabalho infantil com normalidade e naturalização.

Ajudar o pai no restaurante ou venda de enxovais de porta em porta são situações comuns na região Sul e como existe essa naturalização, as pessoas veem que isso é uma forma de ajuda, porém a criança poderia estar na escola ou em um projeto de contraturno”, explica a psicóloga.

Adriana acrescenta que trabalho infantil é toda atividade que é repetitiva. “Arrumar a cama, por exemplo, não é um trabalho infantil e não pode comparar essas atividades com o trabalho em carvoaria, fabricação de tijolos ou corte de pedras”, cita.

Em todo o território nacional há 3,3 milhões de crianças em situação de trabalho infantil. A maioria dos casos está na região Norte e Nordeste. “No Sul isso é um pouco mais camuflado. Por isso, nosso trabalho é de constante conscientização”, ressalta a psicóloga.

O Fórum também inclui apresentações culturais por crianças atendidas pelo Eureca.