Cotidiano

Centenas de milhares protestam contra Trump no Irã: 'Morte aos EUA'

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ANCARA ? Centenas de milhares de pessoas se reuniram nesta sexta-feira para jurar lealdade ao regime clerical do Irã. As manifestações em várias cidades iranianas ocorreram após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter dito que o país deveria ficar em sobreaviso, em reação a um teste de míssil do governo de Teerã, e imposto novas sanções a indivíduos e entidades locais. Com cartazes que diziam “Morte aos EUA” e representações da figura de Trump, moradores de Teerã marcharam rumo à Praça Azadi (Liberdade) para comemorar o aniversário da Revolução Islâmica de 1979, que derrubou o xá apoiado pelos EUA. ira

Na terça-feira, a maior autoridade do país, o líder supremo e aiatolá Ali Khamenei, conclamou os iranianos a participarem de manifestações para mostrar que o Irã não está assustado com as ameaças americanas.Teerã disse que não irá interromper seu programa de mísseis.

? Os EUA e Trump não podem fazer droga nenhuma. Estamos prontos para sacrificar nossas vidas por nosso líder Khamenei ? disse um jovem iraniano à TV estatal.

O presidente iraniano, Hassan Rouhani, também pediu a seus compatriotas para se unirem à passeata desta sexta-feira para “mostrar seus laços inquebráveis com o Líder Supremo e a República Islâmica”. A Revolução Islâmica do Irã foi um processo anti-ocidental, que uniu camadas religiosas e de esquerda da sociedade iraniana, destituiu a monarquia no país e alçou o aiatolá Khomeini à liderança da nação.

A emissora estatal ainda afirmou que milhões de pessoas de toda a nação compareceram a manifestações pró-revolução nas principais cidades. Os protestos foram marcados pelos já tradicionais slogans anti-EUA e anti-Israel, além da queima de bandeiras norte-americanas.

Nas redes sociais, como Twitter e Facebook, muitos iranianos usaram a hashtag #LoveBeyondFlags (AmorAlémDeBandeiras), pedindo o fim da queima de bandeiras durante o aniversário.

Eles também agradeceram aos americanos por se oporem ao decreto presidencial de Trump que impede a entrada de cidadãos de sete países de maioria muçulmana nos EUA, incluindo o Irã. Uma suspensão à proibição de Trump foi mantida por um tribunal de apelações na quinta-feira. O republicano disse que irá recorrer outra vez da decisão.