Cotidiano

Cedae monta força-tarefa para visitar casas em Jacarepaguá

2016 909246866-201605131927203053.jpg_20160513.jpgRIO – Desde o mês passado, moradores de Jacarepaguá estão recebendo em suas residências técnicos da Cedae. Os cerca de 40 funcionários têm uma única função: identificar quais casas, prédios e condomínios não estão ligados às redes de água e esgoto na região. A estimativa é de pelo menos 59 mil visitas, diz o diretor de comercialização da região metropolitana da Cedae, Marcello Motta. Neste primeiro momento, estão recebendo visitas Freguesia, Gardênia Azul e Anil.

? Nosso objetivo é identificar e mapear onde há ou não esgoto. Estamos olhando para a sub-bacia de Jacarepaguá, começando pela Freguesia, mas o objetivo é estender nossa atuação para Barra e Recreio ? diz ele.

Segundo Motta, o trabalho não para por aí. Dependendo do tipo de problema, a Cedae se compromete a fazer a ligação de esgoto sem custo para o morador ou responsável pelo imóvel. O técnico avalia que, em muitos casos, será possível conectar prédios à rede facilmente:

? O procedimento é, num primeiro momento, checar, pois o condomínio pode não estar conectado mas fazer um pré-tratamento individual. Normalmente, eles usam fossa e filtro. Nesse universo pequeno, o que queremos é conectar o máximo de residenciais.

O projeto piloto, se bem recebido, será ampliado para atender a cidade inteira. Motta explica que Jacarepaguá foi escolhido por ser uma área densamente populada e com um grande volume de esgoto in natura jogado em seus dois principais rios, o Sangrador e o São Francisco:

? Estes rios apresentam uma carga orgânica muito grande. Boa parte dela pode ser atribuída às comunidades, mas queremos iniciar um processo de saneamento onde é possível.

Em locais onde a situação é mais complexa, como comunidades, o mapeamento também será feito, mas, por exigir obras maiores, a ligação destes locais à rede de esgoto da Cedae deve demorar mais.

Quem vive nas áreas contempladas diz que a iniciativa da Cedae não só é bem-vinda, como vem com certo atraso. Moradora da Rua Coronel Alberto Martins, Vera Baldner espera há 39 anos por uma solução para o problema do esgoto. Lá, o sistema funciona por meio de uma fossa sanitária, cuja limpeza, feita de três em três anos, é paga pelos próprios moradores:

? A ligação com o esgoto é só de água pluvial. Temos fossa. Quando ela começa a ficar muito cheia, chamamos um caminhão para fazer a retirada.

Vera conta que a Cedae já esteve em sua rua, mas que, na época, afirmou ser necessária a construção de uma elevatória para retirar o esgoto, o que deveria ser bancado pelos próprios moradores. De quatro anos para cá, nada mudou:

? Hoje, pagamos pela água limpa e pela rede de esgoto. Mas só a água limpa existe.