Esportes

CBG monta planejamento para não ficar no buraco

A Confederação Brasileira de Golfe (CBG) está otimista, mas o desafio é enorme: gerir e pagar as contas do campo olímpico de 970mil m², em uma área de preservação ambiental (APA), pelos próximos 10 anos. Segundo presidente da entidade, Paulo Pacheco, o custo de manutenção é de R$ 250 mil por mês e a arrecadação dessa quantia se dará em quatro frentes: promoção de eventos; aluguel do espaço; cobrança de tarifas para jogar no local; e publicidade.

A tarifa individual para jogar no campo vai variar entre R$ 175 e R$ 250, por uma volta completa nos 18 buracos (que é conhecido como ?green fee? na linguagem do esporte) com duração de quatro a cinco horas. A CBG ainda não tem ideia de quantas pessoas podem utilizar o espaço. Essa estimativa começará a ser medida no próximo sábado quando o serviço passará a ser disponibilizado ? a inauguração do campo com as quatro frentes funcionando da maneira esperada pela CBG será em janeiro de 2017.

? Golfistas profissionais vão poder treinar gratuitamente em um campo de quatro buracos. A ideia é que a instalação também seja um centro de treinamento ? diz Pacheco.

O campo depende de luz natural para jogar. Mas existe um espaço para treinamento e tacadas menores chamada de ?drive ranger? que serão instalados refletores para os praticantes utilizarem durante a noite.

O aluguel do campo para eventos já está em prática. De quinta-feira passada até amanhã, está acontecendo por lá o 63º Aberto do Brasil. Este é o primeiro torneio após o Rio-2016.A entrada do público é gratuita e, a partir de meio-dia, é possível participar de uma clínica para aprender os primeiro passos no esporte.

A publicidade, que será a distribuição de cartazes para empresas divulgarem as suas marcas pelo espaço, ainda não começou. Já o quarto braço é o aluguel das lojas que serão lotadas na pequena sede que já existe no local. Será construído um restaurante com bar, e a empresa ainda poderá utilizar o espaço para eventos noturnos.

? Um conjunto de empresas se formou, a principal delas é a ECP, que fez a consultoria ambiental para a construção desse campo, para alugar esse espaço com restaurante e bar. Eles fez fecharam um acordo de 10 anos e, além de pagar pelo aluguel, vão dar uma parte do lucro para a manutenção do campo ? diz Pacheco.

Esses serviços só estarão disponível em janeiro de 2017, quando também chegarão 2.000 crianças (de oito a 15 anos) de colégios públicos para participarem do projeto ?Golfe para vida?, que ensina os jovens a praticar o esporte, além de ajudar na formação de caddies e de outras funções essenciais para ajudar na manutenção do campo.

A construção do espaço, em uma APA, custou R$ 60 milhões que foram pagos pela iniciativa privada, que em troca ganhou o direito de construir prédios na região. A CBG pode utilizar o espaço por 10 anos, renováveis por mais 10. No momento, a CBG crê que esse contrato possa ser prolongado ainda por mais tempo e não pensa que a entidade está sendo utilizada como bode expiatório.

? Estamos numa APA. É sustentável ter um campo de golfe neste espaço. Não existe a possibilidade de daqui a 10 ou 20 anos vir a iniciativa privada e construir prédios e outros empreendimentos no lugar do campo ? pensa Paulo.