Cotidiano

Cauby Peixoto deixa um legado de exuberância e elegância

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RIO ? Difícil imaginar outra personalidade na música popular brasileira que seja mais exuberante que Cauby Peixoto. No palco, não faltavam brilhos, anéis, paetês, bordados, brocados e gravatas impactantes. Um visual kitsch ? glam para muitos ? que o cantor ostentava com maestria. Em entrevista ao Caderno ELA, em janeiro de 2000, o cantor chegou a explicar a razão de tanto exotismo sob os holofotes: ?Meu público não deixa eu me apresentar mal. Já fui duas vezes o mais elegante para o Ibrahim Sued??.

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Esse mesmo público rasgava suas roupas ? cena corriqueira. Mais tarde, ficou-se sabendo que a fragilidade das peças, na verdade, tinha uma mãozinha de seu empresário, Di Veras, que mandava preparar paletós com costuras frágeis.

Uma olhada mais atenta em seu figurino denuncia que sua fonte de inspiração era o pianista americano Liberace, morto em 1987.

? Ambos achavam que um artista deveria se comportar e se vestir como uma diva, diferente dos mortais. No auge da ?limpeza estética?? da virada do século, esse estilo foi tachado de cafona, mas agora que todo mundo se veste como bem entende, os exageros de Cauby viraram cult ? explica o colunista Bruno Astuto.

Para o estilista carioca Thomaz Azulay, poucos artistas usaram a roupa como ?forma definitiva de expressão??:

? Cauby é a prova de como o mundo e o Brasil, especialmente, encaretaram.

Também estilista, Dudu Bertholini acrescenta:

? Conforme foi ficando mais velho, e o mundo ganhando mais liberdade, Cauby foi assumindo esse look maluco, mas, de alguma forma, preservando essa aura de galã. Com sua morte, é impressionante o legado de exuberância, exotismo, elegância e magia que ele nos deixou.

Imagens da carreira do cantor Cauby Peixoto