Cotidiano

Catuaí retoma obras em janeiro; R$ 250 mi em investimentos

De acordo com o empresário Alfredo Khouri a “pressão positiva” do prefeito Paranhos foi determinante para o grupo tomar a decisão de retomar as obras

Catuaí retoma obras  em janeiro; R$ 250 mi em investimentos

Cascavel – As obras do Shopping Catuaí de Cascavel serão retomadas a partir de janeiro. O anúncio foi feito pelo prefeito Leonaldo Paranhos e o empresário Alfredo Khouri, gestor do Grupo Catuaí, na manhã de ontem (23). A previsão é de que as obras sejam concluídas em dois anos. O investimento necessário para a conclusão do empreendimento será de aproximadamente R$ 250 milhões, de acordo com o empresário. Além disso, a expectativa é que durante a obra, sejam gerados aproximadamente mil empregos e, após a conclusão, cerca de duas mil vagas de trabalho serão abertas.

Em julho desse ano, o prefeito de Cascavel esteve no canteiro “abandonado” das obras do Shopping Catuaí, na cabeceira do Lago Municipal, para verificar como a construtora estava fazendo a manutenção do local. À época, em transmissão ao vivo pelas redes sociais, Paranhos contou que havia tido uma reunião virtual com os gestores do grupo para saber sobre a retomada das obras, paralisadas desde 2015. De acordo com Paranhos, desde o primeiro mandato como prefeito, ele deu total liberdade para que a empresa implementasse o shopping em Cascavel. As obras chegaram a ser retomadas em 2018, mas pararam de vez por conta da pandemia do coronavírus.

Na oportunidade, Paranhos disse ter dado um prazo para que os diretores definissem se as obras seriam retomadas ou não. Caso o empreendimento não fosse retomado, Paranhos iria emitir um decreto de desapropriação da área.

 

“Pressão positiva”

De acordo com o empresário Alfredo Khouri a “pressão positiva” do prefeito Paranhos foi determinante para o grupo tomar a decisão de retomar as obras. Segundo ele, após esse “recado”, se desenvolveu uma negociação entre o Grupo Catuaí e BRMalls, que era a detentora de 70% do empreendimento. Então, o Grupo Catuaí que até então tinha 30% do shopping, comprou os 70% que pertenciam à BRMalls. Esse acordo que possibilitou a retomada das obras. O negócio foi concretizado na manhã de ontem (23), pouco antes do anúncio da retomada.

“Ou eu assinava hoje a ordem de retomada da obra ou decreto de desapropriação”, afirmou o prefeito Paranhos, em coletiva de imprensa, ao anunciar a retomada das obras. Khouri participou da coletiva remotamente e disse que além de dos R$ 1870 milhões já investidos, as obras no shopping exigirão aproximadamente mais R$ 250 milhões.

Khouri agradeceu o empenho do prefeito em lutar pelo reinício das obras e disse que com 30% das ações do shopping não conseguia tomar decisões. Agora, com 100% das cotas, será possível retomar as obras imediatamente. Até então, a BRMalls sempre destacou que iria aguardar ter um percentual de espaço vendido aos lojistas para iniciar as obras. Isso, segundo Khouri, ficou no passado. “Não tem mais essa história de esperar a comercialização para ver o que acontece”, afirmou.

 

“Indústria do lazer”

O prefeito Paranhos enfatizou que a construção do shopping tem um grande impacto financeiro, comercial e na geração de emprego e renda. “É uma indústria do lazer, do entretenimento e do turismo naquele espaço que daqui a alguns dias começamos a fazer o território verde. Será um grande complexo de turismo”, afirmou.

De acordo com Khori, o grupo seguirá o primeiro projeto, anunciado em 2010. No entanto haverá algumas alterações quanto à área de lazer, entretenimento, como a exemplo, os restaurantes com área aberta com a vista para o Lago Municipal de Cascavel.

Ontem (23), Paranhos também assinou o alvará para a retomada das obras.

A coletiva de imprensa aconteceu no gabinete do prefeito e foi acompanhada pelo presidente da Câmara, Alécio Espínola, o secretário municipal de Planejamento e Gestão, Edson Zorek, e o presidente do IPC (Instituto de Planejamento de Cascavel), Tales Riedi Guilherme.

 

Catuaí, “a novela”

O projeto do empreendimento foi barrado logo no início da construção, em 2013, por questões ambientais. Após uma longa briga judicial e um termo de ajustamento, o projeto passou por adaptações para deixar a obra mais moderna e reduzir os impactos ao meio ambiente.

Em 2018, a comercialização das salas foi retomada, algumas datas de conclusão da obra até chegaram ser anunciadas, mas nada avançou. Em 2020, a empresa anunciou a suspensão das vendas devido à pandemia, mas garantiu que não havia desistido do projeto. O investimento no local era projetado em mais de R$ 200 milhões e o shopping receberia 190 lojas, gerando em torno de 2 mil empregos diretos e indiretos.