Cotidiano

Catapora: 6 coisas que os pais precisam saber sobre a doença

A catapora ou varicela é uma doença imunoprevenível altamente contagiosa causada pelo vírus Varicella-zóster, que acomete principalmente crianças e tem maior incidência no fim do inverno e início da primavera. A transmissão pode ser pelo contato com o líquido da bolha formada na pele, pela tosse, espirro e saliva ou por objetos contaminados pelo vírus.

Todos estão suscetíveis à catapora. Em crianças, geralmente, é uma doença que evolui sem complicações e autolimitada. Já em adolescentes e adultos o quadro clínico pode ser mais exuberante.

Segundo a pediatra e gerente médica de vacinas da GSK, Bárbara Furtado, em crianças a catapora não gera complicações na maioria dos casos, mesmo assim pode causar grande incômodo. “Impedir os pequenos de coçarem as bolhas e as lesões é muito difícil. A coceira pode provocar feridas e desencadear uma infecção bacteriana. Outras complicações, que podem levar à internação, são pneumonia e o comprometimento do sistema nervoso”, alerta.

Entre 2012 e 2017, foram notificados 602.136 casos de varicela no Brasil. A Região Sul notificou o maior número, com 199.057 (33%) dos casos, seguida da Região Sudeste, com 189.249 (31,4%), enquanto a Região Norte notificou apenas 40.325 (6,6%). A faixa etária com a maior frequência de casos notificados foi de 1 a 4 anos, com 227.660 (37,8%), seguida de 5 a 9 anos com 179.592 (29,8%).

O que é catapora?

A infecção, causada pelo vírus Varicella-zóster, é altamente contagiosa e fácil de ser diagnosticada devido às erupções características na pele. Elas surgem como manchas vermelhas por todo o corpo, incluindo nas mucosas (boca e região genital). Elas coçam e evoluem para vesículas (bolhas), mas não ao mesmo tempo. Isso faz com que a pessoa apresente erupções em diversas fases: manchas, bolhas e crostas. Além disso, quando a pessoa se infecta, esse vírus fica “adormecido” no organismo. No futuro, principalmente a partir dos 50 anos, poderá provocar o herpes zóster, também conhecido como cobreiro.

Prevenção

A catapora é facilmente transmitida para outras pessoas e uma forma de evitar a doença é com a vacinação. A SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) e a SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) recomendam duas doses da vacina contra a varicela: a primeira aos 12 meses e a seguinte a partir dos 15 meses de idade, com um intervalo de 3 meses da primeira dose.

Sintomas

Os sintomas da catapora, em geral, começam entre 10 e 21 dias após o contágio da doença. Além de manchas vermelhas e bolhas no corpo, a doença também causa mal-estar, cansaço, dor de cabeça, perda de apetite e febre baixa. As bolhas surgem inicialmente na face, no tronco ou no couro cabeludo, e se disseminam pelo corpo, transformando-se em pequenas vesículas cheias de líquido. Em poucos dias, o líquido escurece e as bolhas começam a secar e cicatrizam. Este processo causa muita coceira, e as lesões na pele podem ser infectadas pelas bactérias das unhas ou de objetos utilizados para coçar. A principal complicação da catapora é a infecção na pele, mas a doença também pode causar infecções no ouvido, pneumonia e encefalite.

O período entre o contato com o vírus e o aparecimento dos sintomas é de 4 a 16 dias e a transmissão se dá entre 1 a 2 dias antes do aparecimento das lesões de pele e até cerca de 6 dias depois, quando todas as lesões normalmente se encontram na fase de crosta. Deve-se afastar a criança da creche ou escola por cerca de 7 dias, a partir do início do aparecimento das manchas vermelhas no corpo.

Tratamento

No tratamento da catapora, em geral, são utilizados medicamentos específicos recomendados pelo médico para aliviar a coceira, a dor de cabeça e diminuir a febre. Os cuidados de higiene são muito importantes e devem ser feitos apenas com água e sabão. Para diminuir a coceira, o ideal é fazer compressa de água fria. As vesículas não devem ser coçadas e as crostas não devem ser retiradas.

Normalmente, as pessoas que tem a doença uma vez ficam imunes para o resto da vida. Porém, uma segunda ocorrência pode acontecer, particularmente, em pessoas com deficiência no sistema imune.