Cotidiano

Casos de estupro caem 9,9% em um ano, diz pesquisa

vitima-estupro-sao-goncalo.jpgSÃO PAULO – Embora com estatísticas alarmantes de violência e uma política de Segurança Pública apontada como ineficiente e obsoleta, o Brasil tem registrado um recuo em indicadores de alguns crimes. Ao mesmo tempo em que o país registra 160 assassinatos por dia ? média de um a cada nove minutos ?, a situação parece seguir o caminho inverso, por exemplo, nas tentativas de homicídio (-11,2%), estupros (-9,9%) e furtos e roubos de veículos (-0,6%).

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Os números foram antecipados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que divulga hoje o 10º Anuário de Segurança Pública. O documento indica queda de 1,2% no número de homicídios em relação a 2015, comparado ao ano anterior. Mostra, porém, aumento nos casos de latrocínio, que subiram 6,9% em 2015, chegando a 2.307 registros.

? Se esse recuo significar controle da violência e queda da criminalidade, é algo a ser muito comemorado. Um ano só é um ponto que precisa ser validado com o tempo e pode significar algum problema de registro. Se for uma tendência, precisamos chamar a atenção porque é uma reversão muito positiva de expectativa ? diz o diretor-presidente do Fórum, Renato Sérgio de Lima.

Ele apontou que o recuo de crimes em 2015 está associado a resultados positivos alcançados por estados que implantaram programas específicos de combate a homicídios.

Os dados mostram que, das oito regiões que têm esse tipo de ação, seis reduziram o número de mortes violentas em 2015. É o caso de Alagoas, Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Ceará e Distrito Federal.

O documento revela também que seis em cada dez brasileiros disseram concordar com o teor da frase ?bandido bom é bandido morto?.

Do ponto de vista de investimento, embora os gastos de todas as esferas de governo com Segurança tenham aumentado em 2015, Lima diz que o investimento precisa ser analisado.

? Esse dinheiro tem crescido ao longo do tempo, mas não existe uma relação direta entre mais dinheiro e redução de crime. A relação que existe é que menos dinheiro descontrola situações que estão equilibradas.