Agronegócio

Cascavel avança na colheita e média do plantio já é superior a do estado

Agora, como noticiado ao longo da semana, as condições climáticas têm auxiliado os produtores rurais e as colheitas de soja e milho, dois dos principais grãos produzidos no Paraná, avançam de forma muito satisfatória

CASCAVEL/PR - 16-02-2011 - Plantação e colheita de milho no interior de Cascavel. Foto Jonas Oliveira
CASCAVEL/PR - 16-02-2011 - Plantação e colheita de milho no interior de Cascavel. Foto Jonas Oliveira

 

Cascavel – Os números de janeiro do Deral (Departamento de Economia Rural), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, projetaram uma redução de 39% na produção de soja no Estado para a safra 2021/22, em relação ao potencial. E, para o milho primeira safra, os técnicos apontaram perdas de 36%, enquanto para o 31%. E, por se tratar de commodity, esses produtos dependem de várias conjunturas, inclusive oscilações decorrentes de produção internacional, mas as perdas monetárias para os produtores paranaenses devem se posicionar entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões. No Estado, o maior impacto para a redução de produção e perda de renda é essencialmente o climático, com a estiagem forte iniciada em 2019, aliada ao calor intenso tanto no ambiente quanto no solo.

Agora, como noticiado ao longo da semana, as condições climáticas têm auxiliado os produtores rurais e as colheitas de soja e milho, dois dos principais grãos produzidos no Paraná, avançam de forma muito satisfatória. Para o economista do Deral, Marcelo Garrido, apesar de problemas climáticos que causaram perdas consideráveis na produção de soja no Paraná, os trabalhos de colheita estão avançando positivamente. “Dados da última semana apontam que 21% da área destinada à cultura da soja foi colhida. Em Cascavel, aproximadamente 60% da área da região também já teve os trabalhos finalizados”, disse.

Garrido falou que além da soja, a “Capital do Oeste” está com percentual acima da média do Estado em relação à cultura do milho. “Com relação ao plantio de milho, segunda safra, 30% da área já foi plantada no Estado do Paraná. Em Cascavel, aproximadamente 63% da área também já teve o trabalho concluído”, explicou.

 

PERDAS EM ESTUDO

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), em conjunto com instituições do setor, está fazendo uma pesquisa para quantificar as reais perdas na lavoura de soja. O objetivo é analisar a produtividade da oleaginosa em estados que apresentaram quebra de safra de forma objetiva em locais selecionados aleatoriamente.

Além do Paraná, o estudo inclui Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, totalizando visitas a mais de mil lavouras. Responsáveis pela coleta de dados do estado, técnicos das 22 regionais do IDR-Paraná se envolveram na ação para colher amostras dos 385 pontos pré-estabelecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, sob coordenação do Deral.

Os trabalhos iniciaram no começo de fevereiro e as informações já foram passadas para a equipe de estatísticos da Companhia. A publicação dos resultados está prevista para as próximas semanas, quando os demais estados encerrarem seus levantamentos.

Com isso, a Conab poderá identificar com mais exatidão o nível de perdas das lavouras. Segundo o chefe do Deral, Salatiel Turra, o departamento terá ainda mais segurança na pesquisa de estimativa de safra feita no estado. “É uma parceria muito bem-vinda, especialmente neste período de condições climáticas adversas no Paraná, com impacto direto na cultura da soja”, contou.

Para o gerente de Políticas Públicas do IDR-Paraná, Roberto Carlos Guimarães, que orientou os técnicos durante a execução do trabalho de campo, o método de amostragem utilizado faz com que o resultado seja mais próximo da realidade. “Neste momento de crise, por causa da estiagem, este levantamento na prática, como fizemos, é altamente importante para que tenhamos uma estimativa real das produções e dos prejuízos”, afirma. “Foi um trabalho em tempo recorde. A agilidade dos técnicos envolvidos e a parceria com o Deral foram fundamentais para alcançarmos o resultado esperado”, completa Guimarães.