Cotidiano

Cascá nega ociosidade em leitos

O número de leitos desocupados no Hospital Universitário de Cascavel na segunda-feira foi confirmado pelo reitor da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), Paulo Sérgio Wolff (Cascá), que por outro lado, rebate denúncia de que os espaços sejam ociosos.

“Todo dia há 20 leitos desocupados, mas isso não significa que são ociosos e que não serão utilizados. Temos um serviço de esterilização e preparo da parte de hotelaria, como troca dos lençóis e uma série de fatores que fazem com que leitos fiquem vazios, mas em processo para utilização”, esclarece.

A justificativa do reitor é uma forma de esclarecer questionamentos apontados pela Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores de Cascavel que esteve no hospital no início da semana e afirmou ter encontrado 22 leitos gerais e seis da recém-inaugurada Ala G2 vazios.

De acordo com Cascá, a demanda pela transferência de pacientes que saem de salas cirúrgicas e que vêm de outras cidades exige que o hospital tenha uma margem de leitos para acolhê-los.

“Nós temos hoje cinco salas cirúrgicas e para elas precisamos ter leitos aguardando. Não podemos esperar o paciente sair da cirurgia sem que haja leito. Também não podemos deixar o paciente chegar pela ambulância de outras cidades para então verificarmos se há leitos”, acrescenta.

Limite

O Hospital Universitário conta com 246 leitos e atende na maioria das vezes acima do limite da capacidade. Isso reflete em pacientes que por momentos permanecem em macas pelos corredores.

O reitor esclarece que a porta de entrada do hospital é o pronto-socorro e que o cenário comum observado no hospital faz parte de um fluxo normal de atendimento.

“Pacientes que às vezes estão no corredor aguardam para que o leito seja preparado. Ontem mesmo [segunda-feira] havia pacientes e no fim da tarde, todos já estavam nos leitos”, comenta Cascá.

Ele considera ainda que a luta contra a saúde é imprevisível, o que impede por vezes a liberação de leitos como planejado.

“Há casos, por exemplo, que paciente deveria ficar três dias, mas ficou oito, pois na hora de receber alta foi constatado que estava com infecção”, esclarece.

Transferência

A propósito da demora para que pacientes sejam transferidos a leitos do HU, o reitor afirma que essa é uma responsabilidade da Central de Leitos e que o hospital não pode ser responsabilizado.

“Quero deixar claro que o HU é um dos instrumentos da saúde em Cascavel e não acho que seja conveniente colocarmos todos os problemas de saúde nas costas do HU”.

Emergências

Segundo ele, os encaminhamentos ao hospital ocorrem além do que é previsto em contratualização com os governos estadual e federal.

Além de atendermos aos pacientes da contratualização, temos portas abertas às emergências. Às vezes se temos mais pacientes do que leito é porque naquele momento houve circunstâncias e uma entrada a mais pela emergência”, comenta ao destacar que o hospital também funciona como hospital escola e que atende demandas de cirurgias eletivas.

Segundo ele, o hospital deveria ter como prioridade atendimento voltado à média e alta complexidade para não ficar sobrecarregado.

“Houve aumento da população e Policlínica, por exemplo, deixou de atender pelo SUS, Santa Catarina está parado e praticamente tudo tem sido absorvido pelo HU”.

Planejamento para dez anos

O reitor da Unioeste comenta sobre a necessidade de uma comissão no sentido de avaliar o futuro da saúde para os próximos dez anos.

Ele cita que já houve conversas com vereadores no sentido de que esse propósito seja atendido.

“Por enquanto estamos conseguindo absorver pacientes como muita dificuldade, mas vai chegar uma hora que vai ter um estrangulamento”, afirma.

As melhorias, segundo Cascá ocorrerão a partir de um planejamento. “Tenho cobrado que os setores da sociedade tenham um projeto e que gradativamente inclua a construção de novos hospitais e instrumentos para atender a população”.

Parceria

O presidente da Comissão de Saúde, vereador Roberto Parra, cobra parceria entre município e o hospital para agilidade na oferta do exame. O diretor administrativo, Rodrigo Suzuki, esclarece que desde o mês de abril, há esforços para atender essa demanda.

“Temos parceria com a prefeitura com o Centro de Imagens e desde abril prestamos serviços para atender a população das UPAs no horário de resguardo deles, que é das 18h até o início do próximo dia”, ressalta.