Cotidiano

Carta de Dilma a senadores é marcada pelo ?não?

BRASÍLIA ? “Não” foi a palavra mais dita pela presidente afastada Dilma Rousseff na carta que leu “ao Senado e ao Povo Brasileiro” nesta terça-feira. A nove dias do início do julgamento final de seu impeachment, Dilma escreveu “não” 19 vezes, “política” em 11, “meu” em dez, e “crime” também uma dezena de vezes.

Levantamento do GLOBO feita com base na mensagem da presidente afastada, excluindo as conjunções e artigos, mostra o tom da missiva: negando, defendendo seu mandato e rebatendo a acusação de crime de responsabilidade, condição para um presidente sofrer impeachment.

A mensagem da petista foi divulgada em quatro páginas, e tem 1299 palavras. Antes da leitura do documento, no Palácio do Alvorada, uma das apostas para as ideias mais frequentes era que a petista se concentrasse em defender novas eleições por meio de um plebiscito. “Plebiscito” foi dito duas vezes, e “eleições”, quatro. Também havia expectativa de que Dilma Rousseff explorasse o discurso de que é vítima de um “golpe” – a palavra só foi empregada duas vezes.