BRASÍLIA – O advogado José Eduardo Cardozo caiu em lágrimas ao sair do plenário do Senado. Cardozo, perguntado pelo O GLOBO, disse que era “inadmissível” que a advogada Janaína da Conceição Paschoal tenha dito que tinha apresentado a denúncia pensando no futuro, nos netos da presidente afastada Dilma Rousseff. Dilma II 30-08
Cardozo supreendeu a todos ao já se emocionar ao descer da tribuna, quando encerrou a fala da defesa. Ele falou por mais de uma hora. E foi cercado por senadores do PT, que o aplaudiram, e recebeu abraços de outros, como o senador Eunício Oliveira (CE), líder do PMDB no Senado.
E voltou a se emocionar quando foi questionado pelo O GLOBO sobre ter se emocionado apesar de ser um experiente advogado.
Com lágrimas escorrendo, Cardozo disse que esperava ter revertido voto, mas sabia que não.
O GLOBO: A gente viu que o senhor se emocinou ao final, não?
CARDOZO: Sem dúvida. Diria a você o seguinte: foi um choro sincero e não preparado.
O GLOBO: O senhor comparou com a questão da ditadura.
CARDOZO: E é. Há muitas diferenças e muitas semelhanças.
O GLOBO: O senhor falou que a História terá que pedir desculpas porque a Janaína citou a questão dos netos da presidente.
CARDOZO: Claro. É inadmissível alguém pedir a condenação e falar que faz pelos netos dessa pessoa. É muito triste. Espero convencer alguém, mas é muito injusto.
Depois, cercado pela imprensa, disse que “não existe última trincheira”.
? Não sei se reverteu algum voto, mas deveria, É evidente, as provas são claras. É indiscutível. O depoimento de ontem reforçou tudo aquilo que se dizia no processo. Duvido que uma pessoa pode dizer que essa acusação possa sobreviver. A acusação desabou, desabou! ? disse Cardozo