Cotidiano

Caravelle: “uma USF só para nós”

Mais de dois mil moradores do bairro Caravelle utilizam as Unidades Básicas de Saúde do Pacaembu e do São Cristóvão para receber atendimento médico. Todo esse vai e vem ocorre porque, apesar do abaixo-assinado feito pela população local e entregue ao poder público, não há uma unidade de saúde no bairro onde residem.

Conforme o presidente da Associação de Moradores do Bairro Caravelle, Oswaldo Felix dos Santos, embora a cobrança pela implantação de uma USF (Unidade Saúde da Família) seja constante, não há por enquanto uma sinalização positiva por parte da Prefeitura de Cascavel para que até o fim deste ano a unidade seja habilitada e entre em funcionamento.

“Não temos uma unidade aqui para nós. Sempre que precisamos as unidades dos bairros vizinhos nos socorrem. A do Pacaembu, por exemplo, já está lotada, mas como não temos uma aqui, o jeito é ir para lá. O melhor é se tivéssemos uma USF só para nós”, diz.

Santos explica que a prefeitura não possui terreno disponível no bairro para construir uma UBS nova. Por conta disso, é a associação de moradores que dá o ponta pé para que o projeto saia enfim, do papel.

“Estamos em busca de um imóvel para locação. Assim que conseguirmos, a prefeitura fará todos os trâmites necessários para colocá-la em funcionamento”, afirma. Porém, até agora a associação não encontrou uma propriedade que tenha espaço suficiente para abrigar equipamentos e também capacidade de atendimento ao público. Enquanto isso, o projeto continua engavetado. “Não perdemos a esperança de que um dia teremos a nossa própria UBS”, afirma Santos.

De acordo com a Secretaria de Saúde há planos de expansão da estratégia Saúde da Família, e neles existe a previsão da implementação de uma USF no Bairro Caravelle. “Entretanto, ainda não foi possível encontrar, no referido bairro, imóvel compatível com as necessidades da secretaria”, informa. A secretaria diz ainda que já foram realizadas diversas vistorias, mas até o momento nenhum imóvel atendeu às especificações e inclusive mudanças estruturais para abrigar a unidade. “A secretaria segue verificando e aguardando imóvel adequado para locação e alocação da futura USF”, garante.

Velocidade

Outro pedido da Associação de Moradores do Bairro Caravelle é a implantação de um redutor de velocidade ou quebra-molas na Rua Bom Jesus. Segundo Santos, muitos motoristas trafegam pelo local em alta velocidade e não respeitam o limite de 60 km/h. “Tem gente aqui que anda de carro a mais de 120 km/h. Isso é muito perigoso”, diz.

Esporte

É pensando no bem-estar da comunidade que Santos cobra também a tão esperada quadra sintética, uma demanda antiga da associação de moradores.

O espaço, destinado à prática de exercícios físicos, ficará ao lado do salão comunitário, na Rua Tiradentes. No local, já foi instalada uma ATI (Academia da Terceira Idade). “Antigamente, o campo que receberá o gramado sintético era apenas de areia. Hoje, já está estruturado para que o novo material seja colocado”, lembra o presidente.

Segundo Santos, a expectativa é de que até o fim do ano a quadra sintética esteja pronta. “A prefeitura disse que só vai terminar de instalar o [gramado] sintético numa área do distrito de Juvinópolis, e em seguida, vem para cá”, garante.

Interação

Há quatro meses, os moradores do bairro Caravelle receberam um reforço no combate à criminalidade. O projeto Vizinho Solidário, que já atende diversos pontos da cidade, se tornou agora mais uma medida de segurança do local.

De acordo com Santos, as últimas ocorrências graves registradas no local foram há dois anos. Naquela época, o presidente recorda que era comum assaltantes entrarem nas residências para cometerem furtos e roubos. Em muitos casos, os crimes eram cometidos durante o dia, e nem a presença dos moradores coibia a ação dos bandidos. “Às vezes, até a gente se perguntava como é que eles conseguiam agir daquela forma”, conta.

Apesar deste longo período de calmaria, a ideia do Vizinho Solidário é prevenir que este tipo de crime não volte a ocorrer. “Temos um grupo no WhatsApp e qualquer ação suspeita ou situação de risco discutimos lá e avisamos os demais moradores”, relata.