Cotidiano

Capriles denuncia cerco de grupos armados do governo em aeroporto

CARACAS ? O líder opositor venezuelano Henrique Capriles denunciou ter ficado sitiado por quatro horas por grupos armados ligados ao chavismo ao chegar ao aeroporto na quarta-feira da Ilha de Margarita, no Norte do país. No mesmo dia, milhares de manifestantes voltaram às ruas do país para exigir a realização de um referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro.

?Já saímos. Ficamos quatro horas cercados por grupos armados do governo?, disse Capriles em um vídeo exibido na rede social Periscope na quarta-feira.

O ex-candidato à presidência responsabilizou diretamente Maduro pelo incidente no aeroporto internacional Santiago Mariño, no estado de Nueva Esparta, ao acusá-lo de ?buscar um morto?.

?É muito grave o que fez o governo de Maduro?, completou Capriles

A denúncia foi feita dias depois de um protesto contra o presidente Maduro em Villa Rosa, periferia de Porlamar, maior cidade de Margarita. Segundo vídeos divulgados por líderes da oposição, os manifestantes cercaram o presidente, fazendo panelaço, durante o trajeto que ele percorria a pé.

Quatro horas antes, Capriles havia divulgado outro vídeo, no qual alertava que estava sitiado por ?grupos armados do governo, encapuzados (…) Aqui há pessoas, há crianças, não sou apenas eu?.

O líder opositor explicou que negociou com as autoridades aeroportuárias a saída das pessoas que estavam retidas no local, mas que ele permaneceu no aeroporto ao lado de deputados e prefeitos opositores.

Entre sexta-feira e sábado da semana passada, 30 pessoas foram detidas após o protesto contra Maduro em Villa Rosa. Todas foram libertadas, com exceção do jornalista chileno-venezuelano Braulio Jatar.

O número dois do chavismo, Diosdado Cabello, negou as acusações de Capriles.

? Como ninguém dá importância, denuncia que está sendo perseguido. Está escutando vozes. Quem vai persegui-lo? ? questionou Cabello, com ironia, em seu programa semanal na televisão estatal.