Esportes

Canoístas cascavelenses falam sobre a participação em Cochabamba 2018

Cascavel – Medalhistas de ouro nos Jogos Sul-Americanos Cochabamba 2018, na Bolívia, os canoístas do Clube de Regatas Cascavel Ana Paula Vergutz e Vagner Júnior Souta foram recepcionados com festa no aeroporto cascavelense no último domingo.

Dezenas de amigos e familiares levaram faixas, bandeiras e balões para receber os atletas. Para Ana Paula, foi um ato gratificante de reconhecimento: “Não esperava essa recepção, fiquei muito feliz, é um reconhecimento que dá orgulho”, disse a atleta, que também falou sobre a competição.

“É o início de uma temporada, mas foi surpreendente. Venho fazendo um trabalho intenso desde fim do Campeonato Brasileiro, no fim ano passado, mas foi uma reviravolta [as conquistas na Bolívia]. Abri mão da seleção e voltei para Cascavel, e o Lauro [de Souza] aceitou ser meu novo técnico, já que eu tinha outro na seleção. Então, foi uma caminhada de superação, porque estive há um ano e meio o Campeonato Sul-Americano de Canoagem e acabei ficando em quarto e em terceiro lugares, bem distante do queria. Por isso, esses resultados foram surpreendentes, apesar dos treinos que fiz, que foram bem desgastantes. Foi para eu voltar a acreditar em mim mesma novamente”.

Já Vagner lembrou que a comemoração é curta, pois o calendário de competições já prevê outra importante disputa para os próximos dias: “Agora foram os Jogos Sul-Americanos e daqui a dois meses já ocorrerá o Campeonato Mundial, em Portugal. Então temos que nos preparar para tentar buscar um bom resultado lá. Vai ser um pouco mais difícil, porque lá estarão os melhores do mundo, mas nada é impossível”, disse ele, campeão sul-americano do K4-1000m e vice do K1-1000m.

A altitude

A altitude fez toda a diferença durante os Jogos Sul-Americanos em Cochabamba, localizada a 2.700 metros acima do nível do mar. Ana Paula explica como foi competir nessa condição. “No dia anterior ao da minha senti a altitude, tive falta ar e precisei recorrer ao cilindro de oxigênio. Já durante a competição, na prova dos 500m, percebi bem a diferença, pois quando passei dos 250m aguentei um pouco e logo senti a musculatura travada, o que geralmente ocorre faltando 150m sem altitude. Então foi estranho fazer mais de 200m com a sensação de lactato, mas o que achei mais estranho foi que tinha preocupação com as equatoriana e as colombianas durante as provas, pois elas são acostumadas com a altitude, mas foi o contrário, a argentina chegou em segundo e a chilena em terceiro”, disse Ana Paula, campeã no K1-500m, vice no K2-500m e bronze no K1-200m.