Esportes

Canoagem: cascavelense Ana Paula Vergutz rema para 2021

Ela acompanha atualmente o trabalho das escolinhas desenvolvidas pelo CRC

Em 2021, Vergutz tem pela frente Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro, Pan-Americano, duas Copas do Mundo e espera garantir vaga para Tóquio
Em 2021, Vergutz tem pela frente Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro, Pan-Americano, duas Copas do Mundo e espera garantir vaga para Tóquio

Quando 2020 começou, a canoagem de Cascavel vivia momentos de grande expectativa com relação à estrutura e à evolução da modalidade. Cascavel é a casa de Ana Paula Vergutz, 31 anos, atleta do Clube Regatas Cascavel e da seleção brasileira. Ela acompanha atualmente o trabalho das escolinhas desenvolvidas pelo CRC.

O Lago Municipal, que ela conhece tão bem, recebeu nova estrutura este ano. Segundo a canoísta, o local é considerado atualmente um dos melhores centros de treinamentos do País. “Temos uma raia usada para demarcação de boias de 10 em 10 metros, o que proporciona dados reais para os treinamentos, melhorando a qualidade dos treinos e o desempenho. Tivemos também a reforma do nosso clube, que possibilitou uma estrutura melhor para a nossa academia”.

A cidade acolheu vários atletas da seleção brasileira. “A vinda da Equipe Nacional Permanente (ENP) fez com que essas conquistas da raia e da reforma do clube acontecessem e, além disso, ajudou a divulgar Cascavel como um celeiro nacional da modalidade. Com a ENP aqui, os treinos ficaram ainda mais competitivos e acredito que teremos resultados ainda melhores no futuro”, prevê Ana Paula.

Veio a pandemia e muitas competições foram adiadas. “Os cancelamentos chegaram um mês antes das principais competições. Nos preparamos, mas não sabíamos em que momento conseguiríamos competir. O Lago foi fechado, assim como a maioria dos clubes de canoagem do Brasil. No mundo inteiro vários canoístas ficaram sem ter como fazer as atividades na água, o que, para nós, é essencial”, relata Ana. “Vivemos dias de muitas incertezas. Com as competições adiadas e depois definitivamente canceladas, precisamos replanejar tudo, pois o trabalho, os objetivos e os sonhos continuam vivos”.

Entre as várias disputas suspensas, estão o Campeonato Brasileiro e a Copa Brasil, que era seletiva para o pré-olímpico, duas etapas da Copa do Mundo, o Pan-Americano, que é classificatório continental para a Olimpíada, e, claro, a Olimpíada de Tóquio 2020, que foi transferido para julho deste ano. “Trabalhamos forte até o mês de março, mas não conseguimos aplicar tudo o que treinamos. Foi muito difícil conseguir voltar aos treinos e perceber o quanto perdemos, mas o mais importante é virar a chave o mais rápido possível para recuperar toda forma física e sentir-se bem novamente para competir, pensando no ano que vem”, explica a cascavelense.

Segundo ela, 2021 vem cheio de desejos. “Temos dois campeonatos nacionais programados: duas edições da Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro. Além deles, competições internacionais importantíssimas, como o Pan-Americano, que será classificatório olímpico, duas Copas do Mundo e espero lutar para conquistar meu sonho de se classificar para a Olimpíada”.

Cascavelense que vale ouro

A canoagem é de família. Paulo, Sueli e Beatriz Vergutz, pai, mãe e irmã contribuíram com o amor de Ana Paula pela modalidade e para sua evolução na canoagem velocidade.

Hoje a cascavelense, atleta olímpica, é reconhecida pelos pódios em competições nacionais e suas participações na seleção brasileira.

Ana integrou a delegação nacional nos Jogos Pan-Americanos de 2011, em Guadalajara (México). Em 2009, foi semifinalista do Mundial de Canoagem de Velocidade, em Dartmouth, Canadá. Nos Jogos Pan-Americanos de 2015, conquistou bronze na categoria K-1 200m. Ana garantiu ainda duas medalhas em edições do Pan: bronze no K1 500m em Toronto 2015 e Lima 2019.

Em 2020 foi eleita presidente da CBCa (Comissão de Atletas da Confederação Brasileira de Canoagem) para o ciclo 2020-2024, com Estevão Carvalho Lopes, da paracanoagem, como vice.  “Quero ser lembrada como uma pessoa que ajudou a melhorar o funcionamento, as condições de treinamento, as competições e demais fatores que influenciam a vida dos atletas, das pessoas envolvidas na modalidade e das que transformam a sociedade”, disse Vergutz, que disputou os Jogos Olímpicos Rio 2016.