Cotidiano

Candidatos do Rio mostram as prioridades caso sejam eleitos

RIO ? No primeiro dia de campanha, os candidatos à prefeitura do Rio fizeram promessas e mostraram quais serão suas prioridades caso sejam eleito. O candidato do PMDB, Pedro Paulo, subiu a pé, os 382 degraus da Igreja da Penha. Ele estava acompanhado da atual mulher e de dois filhos. A missa se transformou praticamente em um ato de campanha. O candidato do PMDB fez promessas, como escolas de tempo integral. Já o padre Thiago Sardinha de Jesus desejou que ele vença as eleições e elogiou a administração Eduardo Paes, que Pedro Paulo pretende dar continuidade, caso seja eleito.

Durante a missa, Pedro Paulo disse esperar que o caso de agressão à ex-mulher seja “página virada”. Ontem, a Procuradoria-Geral da República recomendou ao Supremo Tribunal Federal o arquivamento do caso.

? Todos nós acompanhamos o sofrimento ao longo desses últimos dez meses. A família da gente é uma rocha e esteve do meu lado. Espero que a gente faça disso uma página virada ? disse ele, que discursou em frente ao altar, chorou e leu dois salmos.

No final da manhã, o candidato do PMDB fez uma caminhada em Madureira. Integrantes da campanha iam na frente, pré-selecionando pessoas a serem cumprimentadas por Pedro Paulo.

? Está vindo aí o Pedro Paulo, candidato a prefeito, com a vice Cidinha Campos. Posso apresentar ele para você? ? perguntavam, nas calçadas do comércio popular.

O candidato do PRB, Marcelo Crivella, foi em Realengo, na Zona Oeste, em frente ao Hospital Albert Schweitzer, municipalizado em janeiro deste ano por conta da crise no governo do estado. O candidato afirmou ter escolhido o local para iniciar a corrida eleitoral porque seu foco será a Saúde. Em entrevista, ele criticou o prefeito Eduardo Paes (PMDB).

– Não é possível numa cidade olímpica a gente ter tantos problemas de Saúde – afirmou Crivella, sem entrar no hospital para não infringir a lei eleitoral, que proíbe campanha em prédios públicos.

Ao comentar a situação do hospital, o candidato disse que o prefeito fez uma maquiagem e que, dentro da unidade, os equipamentos estão quebrados. Sobre os Jogos Olímpicos, Crivella disse que, nas edições anteriores, o evento foi do país e não somente da cidade, o que não aconteceu no Rio porque, nas palavras do candidato, Paes queria aparecer sozinho na ribalta.

– Para fazer as olimpíadas, a prefeitura investiu menos R$ 1 bilhão na Saúde, se comparar os números do primeiro governo do Eduardo com o segundo. Fez falta tirar esse R$ 1 bilhão da Saúde – afirmou Crivella.

Depois da agenda em Realengo, o candidato visitou Padre Miguel. Membros da equipe de Crivella iam a frente do candidato chamando eleitores para cumprimentá-lo.

O tucano Carlos Osorio prometeu reduzir pela metade o número de secretarias e fazer uma revisão completa nas 67 autarquias, fundações e empresas públicas da administração municipal. Segundo ele, a medida serviria para a máquina pública voltar a respirar. Assim como Crivella, Osorio criticou o prefeito por ter assumido responsabilidades do governo do estado e da União em relação à realização dos Jogos Olímpicos, o que, segundo o candidato do PSDB, apertou a prefeitura do Rio.

– Ele (Paes) entendeu que ser o dono exclusivo dos Jogos Olímpicos ia ser o trampolim (para disputas políticas futuras) – disse Osorio.

O candidato do PSDB começou a campanha na Rocinha, na Zona Sul do Rio, para falar que seu foco será o saneamento básico. Osorio declarou que pretende fazer parcerias público-privadas para as obras no setor e que as empresas vencedoras farão também a operação do serviço, incluindo o tratamento. Haveria uma tarifa social a ser paga pelos moradores, que será definida em cada licitação, e, em algumas comunidades, a prefeitura poderá pagar a outra parte. A promessa de Osorio é que isso aconteça inicialmente em 25 comunidades.

O candidato à prefeitura do Rio pelo PSD, deputado federal Indio da Costa, também fez caminhada na Rocinha. Ele disse que escolheu o local como um marco da cidade partida em que se transformou o Rio. E prometeu que, caso eleito, a prioridade será a segurança pública.

– Do outro lado da Rocinha, fica São Conrado, com muitas oportunidades. Se eu for eleito prefeito, vou integrar a cidade. Não pode haver um Rio diferente do outro. A minha prioridade será a segurança pública. Mas não apenas com a guarda municipal requalificada e, sim, com educação de qualidade desde a infância.