Cotidiano

Candidato do PMDB à Prefeitura de Porto Alegre reforma da Educação por meio de MP

PORTO ALEGRE ? O candidato do PMDB a prefeito de Porto Alegre, o atual vice-prefeito Sebastião Melo, criticou a edição de uma Medida Provisória pelo presidente Michel Temer (PMDB) para realizar a reforma do ensino médio, que gerou polêmica. Mas Melo não quis expressar posição sobre a chamada PEC do Teto, para limitar os gastos públicos, afirmando genericamente que a população já paga impostos demais. As declarações foram uma resposta a perguntas da candidata do PSOL à prefeitura, Luciana Genro, durante debate da TV Record, que encerrou na madrugada desta segunda-feira.

As questões nacionais foram apontadas apenas por Luciana Genro, que já foi deputada federal. O restante do debate se deu sobre os problemas da cidade. Os candidatos de PMDB, PT e PSDB têm procurado evitar temas nacionais em suas campanhas.

Ao ser perguntado sobre a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Teto dos gastos, Melo disse apenas que o “Estado brasileiro é uma coisa gigantesca”. Ele é da ala independente do PMDB, liderada pelo ex-senador Pedro Simon. Ambos não votaram na chapa Dilma Rousseff-Michel Temer nas eleições de 2014.

? Toda e qualquer proposta tem que ser muito debatida. O brasileiro não aguenta mais pagar tanto de imposto para pagar serviços de péssima qualidade. O Estado brasileiro é uma coisa gigantesca ? disse Melo, ao falar da PEC.

? Melo, o teu presidente, o Temer, quer uma reforma do ensino médio por Medida Provisória, sem debate ? retrucou Luciana Genro.

Neste momento, o candidato concordou com ela.

? Sou contrário à Medida Provisória para tratar de assunto de tamanha importância. É um tema de grande profundeza ? garantiu Melo.

A declaração gerou elogios do candidato do PT, o ex-prefeito Rauç Pont.

? Quero cumprimentar tua postura sobre a MP ? disse Raul, aproveitando para criticar o candidato do PSDB, Nelson Marchezan Júnior, que é deputado federal: ? Marchezan votou a favor da admissibilidade da PEC 241. Essa medida é prova do golpe.

O petista disse que quer transformar Porto Alegre em foco de combate à PEC do Teto.

? Quero fazer de Porto Alegre uma resistência à medida que congela os gastos em Saúde e Educação ?destacou Raul Pont.

Luciana Genro foi a única a falar nas investigações da Lava-Jato, mas sem mencionar o nome da operação. A pergunta foi direcionada a Marchezan, do PSDB. Ela afirmou que as investigações afetam não só ao PT, mas outros partidos que teriam até mais nomes investigados, citando o PP, que é vice na chapa do tucano Marchezan.

? Sou sim uma novidade, pela transparência. Pessoas vão votar no Marchezan do PSDB e não no PSDB do Marchezan ? disse Marchezan.

? A tua novidade está mais parecida com a novidade do Collor (ex-presidente Fernando Collor, eleito em 1989) ? afirmou a candidata do PSOL.

? Ninguém é santo porque é de um partido e nem demônio porque é de um partido ? rebateu o tucano.

? Não temos corrupção. Tenho as mãos limpas ? encerrou ela, com o slogan de sua campanha.

Marchezan, Pont e Luciana Genro estão disputando uma vaga ao segundo turno, para concorrer com Melo, que aparece bem à frente na última pesquisa do Ibope, divulgada na sexta-feira.