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Candidato à presidente do Flu, Pedro Abad pode seguir auditor fiscal com ressalvas

Há mais de duas décadas como auditor fiscal da Receita Federal, o candidato à presidência do Fluminense Pedro Abad, caso seja eleito, terá de delegar alguns poderes a outros dirigentes para que não se configure conflito de interesses em situações que envolvam o poder público.

Um parecer da Receita Federal autorizou a candidatura do funcionário sem prejuízo do seu cargo – Abad chegou a cogitar pedir uma licença para poder concorrer ao pleito tricolor. Porém, fez algumas ressalvas, como a participação de Abad como representante tricolor em contratos com o poder público, balanços contábeis e petições judiciais.

– Essa questão já foi totalmente decidida. Eu tenho autorização em acumular as funções. A única ressalva é a representação perante ao poder público. O vice geral ou outro dirigente terá de representar o clube – disse Abad, exemplificando alguns casos. – Não posso ir à Receita Federal tratar de parcelamento de tributos, não posso fazer o balanço contábil, mas posso conferir. Resumindo, não posso usar meu conhecimento qualificada de funcionário público e trazer benefício indevido ao clube.

Abad garante que isso não trará prejuízos ao tricolor. Mesmo mantendo as duas funções, ele diz que terá disponibilidade de tempo para tratar dos assuntos do clube.

– O Fluminense não vai sofrer nada com isso. O único risco é meu, que poderia fazer algo que não posso e perderia meu emprego – afirmou o candidato, que não tem horário fixo no emprego e, por isso, não infringiria a lei que define as 40 horas semanais dos funcionários públicos..

No mês passado, Abad lançou oficialmente a candidatura e teve apoio declarado do presidente Peter Siemsen. O candidato espera agora que o vice-presidente de projetos especiais Pedro Antônio também esteja do seu lado.

– Já tenho o apoio do presidente, do departamento do esportes olímpicos, e o Pedro Antônio, em breve, deve estar com a gente. Estamos conversando com outros setores também – disse Abad, que está confiante.

Atualmente, Abad é presidente do conselho fiscal do clube, responsável por fiscalizar os contratos e o conselho diretor do Fluminense. Além de Abad, os outros candidatos a presidente são Cacá Cardoso, Mário Bittencourt e Celso Barros. Bittencourt questiona que o candidato teria impedimentos para exercer o cargo no clube.

– Nosso clube não pode ter o seu gestor parcialmente dedicado. A Receita Federal está preocupada com a função do auditor fiscal. Mas para o Fluminense, com tantas limitações, não será suficiente. O Fluminense precisa de um presidente 100% dedicado. Um presidente que possa representar o clube diante dos poderes públicos, União, Estado e Prefeitura – afirmou.