Cotidiano

Campeonato de overlock atrai curiosos no último dia da Campus Party

SÃO PAULO – O crescimento vertiginoso dos esportes eletrônicos (e-sports), um mercado que já movimenta mundialmente mais de R$ 1 bilhão por ano, marcou a Campus Party 2017, o festival de tecnologia, inovação e cultura nerd que ocorreu no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo. Desde o primeiro dia, o clima competitivo foi o principal ingrediente do evento: de batalhas de robôs a campeonatos de drones, contando inclusive com torcidas organizadas.

No último dia, não foi diferente: a Campus Party sediou a etapa d a América Latina de overclock, uma espécie de Fórmula 1 dos computadores. Modificando as configurações dos processadores e despejando nitrogênio líquido para resfriar as placas, os competidores tentavam alcançar a maior velocidade possível.

– Na F1, muitas coisas dos carros vão para as ruas depois. Muita s das coisas que a gente faz no overclock também são colocadas nas próximas gerações de memórias e processadores – diz Alex Tersaiol Silva.

O início do esporte repete o que ocorreu com outros e-sports, que passaram de hobby a competição.

– À medida que você compara o seu sistema com o dos outros, você quer que o seu seja o melhor e aí começa o espírito competitivo – disse Iuri Santos, um dos organizadores do HWBOT, nome do torneio de overclock.

É a segunda edição do evento na Campus Party. O vencedor ganha uma passagem para a etapa mundial do esporte. Ano passado, o representante foi o brasileiro Paulo Marquezini , que chegou em 4° lugar no Mundial.

A disputa atraiu o olhar de curiosos: para levar os computadores ao limite, os competidores jogam nitrogênio líquido para resfriar os componentes do computador. A temperatura, que em computadores residenciais não é menor que 20°, vai a 160° negativos

. Mais frios, os processadores permitem mais energia. A velocidade é medida por testes, os chamados benchmarks, que definem a velocidade dos computadores. Quem consegue finalizar os testes antes, vence.

Muita gente parou para ver a disputa, atraída pela nuvem causada pelo nitrogênio líquido.

– É o meu hobby e meu trabalho. Eu trabalho com hardware. Hoje é um esporte também. É uma coisa meio que de outro planeta, né? Nitrogênio líquido e computador – ri Paulo Marquezini.