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Campeão mundial desabafa após veto ao atletismo da Rússia: ?Carreira arruinada?

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O banimento do atletismo da Rússia dos Jogos Olímpicos de 2016, mantido pelo Tribunal Arbitral do Esporte (CAS) na quinta-feira, foi recebido como tragédia por Sergey Shubenkov, atual campeão mundial dos 110m com barreiras. Em entrevista à TV britânica ?BBC?, Shubenkov lamentou que o CAS tenha rejeitado todos os pedidos de atletas russos que alegavam não terem relação com o esquema de doping sistemático no país, e indicou que a decisão pode ter consequências drásticas no seu futuro como atleta.

? Ninguém se importa que a minha carreira será arruinada. Os atletas limpos estão impedidos de ter uma chance de ir (ao Rio) e competir, e isso está certo? Na minha opinião, não é saudável ? desabafou.

A Federação Internacional de Atletismo (IAAF) baniu o atletismo da Rússia de competições internacionais em novembro de 2015, após vir à tona um escândalo de doping envolvendo treinadores e dirigentes de alto escalão no país. A decisão foi mantida pela IAAF em junho deste ano, quando faltavam dois meses para a Olimpíada do Rio, mas indicou que poderia abrir exceções para atletas que tivessem se submetido a um controle de dopagem rigoroso em outros países.

Shubenkov, de 25 anos, solicitou à IAAF para competir como um atleta neutro na Rio-2016, sem usar a bandeira da Rússia, mas teve seu pedido rejeitado pela entidade. A decisão do CAS na quinta-feira, de manter o atletismo russo fora dos Jogos Olímpicos, foi mais uma ducha de água fria para Shubenkov, campeão dos 110 metros com barreiras no Mundial de Pequim, em 2015.

? Sou um atleta limpo e, hoje, estou sendo punido. Podem me testar quantas vezes quiserem, venham todos os dias. Estou pronto para fazer qualquer coisa ? garantiu.

Além da punição ao atletismo russo, a Agência Mundial Antidoping (Wada) recomendou um banimento total da Rússia na Olimpíada de 2016, devido às evidências de participação ativa do governo do país no encobrimento de casos de doping nos Jogos de Inverno de Sochi-2014. O Comitê Olímpico Internacional (COI) deve se posicionar sobre o assunto até a próxima quarta-feira.