Cotidiano

Caminhoneiros autônomos mantêm greve

Apesar de boa parte dos caminhoneiros terem deixado os pontos de bloqueio em Cascavel – nos trevos da Ceasa e do Cataratas – cerca de 300 manifestantes garantem que não têm data para encerrar a paralisação, e seguem para o 11º dia de protestos. Vale lembrar que o tráfego de veículos nas rodovias está liberado.

Eles afirmam que muitos dos que saíram dos bloqueios ontem pela manhã foram forçados pela Polícia Militar, Exército e Polícia Rodoviária Federal a irem embora. “A maioria dos caminhoneiros que foi para casa saiu contrariado. Muitos não queriam deixar o protesto, mas foram obrigados a ir”, contam os motoristas.

O grupo que resiste às intervenções é em grande parte de motoristas autônomos. Eles dizem que, apesar das propostas do governo federal ante a greve, os custos da atividade ainda continuam altos. “A gente paga para trabalhar”, lamentam.

Abastecimento parcial

A Ceasa (Central de Abastecimento do Paraná) em Cascavel voltou a receber alimentos na manhã de ontem. Ação de policiais desarticulou a mobilização de manifestantes no trevo da PR 486 e com isso foi possível a entrada de caminhões para a entrega de cargas.

A unidade que recebe cerca de 200 toneladas por dia de frutas, legumes e hortaliças desde sexta-feira passada estava com os boxes desabastecidos. Para atender a demanda de clientes os empresários irão trabalhar das 6h ao meio dia mesmo neste feriado.

“Aos poucos vamos voltar à normalidade. Algumas empresas já retornaram ao trabalho e fazem a organização dos estoques para repassar aos mercados”, afirma o analista de mercado, Olivar da Rocha.

Apesar do anúncio de acordo para que a greve dos caminhoneiros chegasse ao fim, ainda restam pontos de manifestações por todo o País o que compromete o abastecimento da Ceasa.

“Como 90% dos nossos produtos veem de outros estados, como São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul então vai demorar em torno de 15 dias para normalizar o abastecimento”.

A maior parte de legumes desta estação do ano como tomate, pepino, pimentão, por exemplo, precisa vir de São Paulo e Minas Gerais. Maçã e caqui chegam do Rio Grande do Sul e banana caturra de Santa Catarina e também de outros estados. A batata que já está em falta nos supermercados deve chegar nos próximos dias devido a produção ser paranaense.

Combustível

As cargas de combustíveis que foram escoltadas até alguns postos na cidade, aliviaram as necessidades de motoristas por poucas horas. Até a tarde de ontem a informação é de que não havia mais produto nos estabelecimentos.

“Os caminhões segue até Araucária para buscar gasolina e diesel e as filas estão gigantescas e o processo de abastecimento será demorado”, afirma o vice-presidente do Simbicombustíveis-PR, Roberto Pellizzetti.

Ele acredita que somente pequena quantidade de etanol deve chegar a Cascavel na sexta-feira. “As sequelas seguirão por mais uns dias e para regularizar todos os estoques ainda vai uma semana”.