Cotidiano

Cameron fica sob pressão para renunciar após fracasso em referendo

LONDRES – A derrota no referendo sobre a permanência na União Europeua coloca o premier britânico, David Cameron, em uma situação difícil. Ainda que correligionários no Partido Conservador ? entre eles o ex-prefeito de Londres, Boris Johnson, um dos principais nomes na campanha pela saída ? tenham assinado uma carta defendendo sua permanência à frente do cargo independentemente do resultado, sua defesa da participação britânica na UE, que ganhou intensidade na reta final da campanha, levou diversos nomes a pedirem que o primeiro-ministro renuncie.

O líder do Ukip (Partido pela Independência do Reino Unido), Nigel Farage, afirmou que o premier britânico ? que defende a permanência do país no bloco ? deveria renunciar ?imediatamente? com a vitória do Brexit.

? Uma nova aurora de um Reino Unido independente está surgindo. Será uma vitória para as pessoas reais, pessoas decentes ? disse o líder do Ukip a apoiadores.

Durante a apuração, que foi mostrando cada vez mais vantagem pela saída, parlamentares trabalhistas deixaram a concentração. Segundo fontes internas, o líder do partido, Jeremy Corbyn, deve pedir a saída do premier.

Já o ex-secretário de Defesa, Liam Fox, defendeu que Cameron permaneça no cargo.

? Ele tem o dever de permanecer como primeiro-ministro e guiar o Reino Unido pelo período de turbulência que a saída da UE trará ? afirmou Fox. ? Ele é um primeiro-ministro que entende o senso do dever necessário pera levar esse processo a uma conclusão. É o que eu espero que ele faça.

Pouco após os primeiros resultados, 84 parlamentares conservadores mandaram uma carta ao primeiro-ministro, David Cameron, agradecendo-o por convocar a votação e dizendo que “ele tem o dever de continuar liderando a nação, independente do resultado”. Entre os signatários, estão os correligonários Boris Johnson e Michael Gove, os dois maiores partidários pela saída. De acordo com a Sky News apoio, os riscos apontados por analistas de que Cameron renunciaria ao cargo caso o Brexit passe poderiam se dissipar.