Cotidiano

Câmara do DF é mais uma vez alvo de busca e apreensão

BRASÍLIA – Na segunda fase da Operação Drácon, o Ministério Público e a Polícia Civil do Distrito Federal cumpriram mandados de busca e apreensão nos gabinetes da presidente afastada da Câmara Legislativa Celina Leão (PPS) e dos deputados distritais Julio Cesar, Cristiano Araújo, Raimundo Ribeiro e Bispo Renato, na manhã desta sexta-feira. Eles são investigados por supostamente cobrar propina em troca de destinar sobras orçamentárias ao pagamento de empresas credoras do governo do DF, conforme revelou o GLOBO.

A busca, autorizada pela Justiça, foi feita nos gabinetes dos deputados investigados e também na Vice-presidência, 1ª, 2ª e 3ª Secretarias e gabinete da Mesa Diretora da Casa. Com exceção de Cristiano Araújo, todos os demais investigados eram integrantes da Mesa e foram afastados do colegiado, mantendo, no entanto, as funções parlamentares.

Gravações entregues ao Ministério Público do DF pela distrital Liliane Roriz (PTB), que renunciou ao cargo de vice-presidente, sugerem que os deputados se articularam para destinar R$ 30 milhões, no fim de 2015, para pagamento de dívidas do GDF com empresas de UTIs, em troca de um ?retorno?. Segundo os diálogos, toda a Mesa Diretora estava no esquema. O único deputado investigado que não foi citando nominalmente nos áudios comprometedores é Raimundo Ribeiro.

A polícia também apreendeu o computador do servidor responsável pela redação e digitação da emenda que transferiu os recursos, originalmente destinados ao pagamento de obras de infraestrutura, para o pagamento de dívidas com empresas da área da Saúde.

O empresário que seria beneficiado com a primeira destinação do dinheiro, Afonso Assad, disse ao MP, em depoimento, que foi achacado por dois deputados, mas respondeu a eles que não pagaria propina. A suspeita, baseada nas gravações entregues por Liliane, é de que, após a negativa de Assad, os distritais conseguiram fazer o acordo com as empresas da área da Saúde.