Política

Câmara apela a ministro e governador contra novo pedágio Cascavel-Toledo

O Estado do Paraná já possui 27 praças de pedágio no Anel de Integração

Fiep defende modelo que reduza impacto dos pedágios na competitividade da indústria
(Crédito da foto: Gelson Bampi/Sistema Fiep)
Fiep defende modelo que reduza impacto dos pedágios na competitividade da indústria (Crédito da foto: Gelson Bampi/Sistema Fiep)

Cascavel – Uma moção protocolada nessa quinta-feira (28) apela ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e ao governador Ratinho Junior para que não construam os novos pedágios anunciados para o Paraná, em especial o que está previsto para a BR-467 no trecho entre Cascavel e Toledo.

Na justificativa, os signatários afirmam que “tal ação prejudicaria a região no que diz respeito à logística e à exportação de produtos, tomando-se um fator inibidor do desenvolvimento local”.

O Estado do Paraná já possui 27 praças de pedágio no Anel de Integração e, conforme proposta para a licitação das novas concessões, vai receber a instalação de mais 15, chegando a 42 pedágios. Das novas praças, quatro ficariam na região oeste, e uma delas é entre Cascavel e Toledo.

A proposição é assinada por 17 vereadores: Cabral (PL), Serginho Ribeiro (PDT), Cidão da Telepar (PSB), Celso Dal Molin (PL), Cleverson Sibulski (PROS), Edson Souza (MDB), Beth Leal (Republicanos), Josias de Souza (MDB), Dr. Lauri (PROS), Soldado Jeferson (PV), Professor Santello (PTB), Romulo Quintino (PSC), Sadi Kisiel (Podemos), Policial Madril (PSC), Tiago Almeida (DEM), Valdecir Alcântara (Patriota) e Melo (Progressistas).

Os vereadores citam, na justificativa da moção, que o oeste do Paraná é uma região cuja economia é baseada no agronegócio, com dezenas de cooperativas que utilizam as estradas da região para escoar seus produtos, assim como as indústrias instaladas, e que mais pedágios significam mais custos na produção. Eles também ressaltam que os municípios são polos universitários e que há intenso trânsito de estudantes e professores.

Da mesma forma, as cidades são ligadas pela prestação de serviços, pelo comércio e pelo atendimento na área de saúde, atividades que sofreriam forte impacto.

Por conta dos efeitos da pandemia sobre a população e a economia, os legisladores de Cascavel entendem que “o momento é totalmente impróprio para a instalação de novos pedágios” além dos que já existem na região.

 

Audiência pública

Para debater o assunto com a população, o vereador Romulo Quintino (PSC), um dos signatários da moção, já propôs a realização de uma audiência pública na Câmara e a criação de uma frente parlamentar. Ele também vai coordenar uma reunião sobre o tema com vereadores de 15 cidades da região, marcada para esta sexta-feira (29), na antessala do Plenário.

 

Audiências públicas

As audiências públicas, abertas para a participação da sociedade em geral, para discutir o projeto da nova concessão do pedágio no Paraná devem começar na próxima semana. De acordo com informação publicada ontem pela EPL (Empresa de Planejamento e Logística), a etapa de audiências terá início no dia 2 de fevereiro.

Ontem a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) informou que ainda não havia definição sobre audiências presenciais, apenas a previsão de sessões virtuais, por conta da pandemia. Nesse modelo, é disponibilizado um formulário eletrônico na página a Agência, onde a população pode enviar sugestões e, no dia da sessão virtual, poderá se manifestar no canal do Youtube, onde haverá a transmissão.

Contudo, líderes empresariais e políticos da região oeste já se organizam para a discussão em Cascavel. Ontem, o presidente da Acic (Associação Comercial e Industrial de Cascavel), Michel Lopes, disse que a entidade vai ceder o espaço para audiência pública na próxima sexta-feira (5) para tratar do tema.

A assessoria da ANTT não sabia da agenda, que estaria sendo articulada pelo governo estadual.

A expectativa pelas audiências se arrasta há meses, devido principalmente à posição de entidades locais contrárias à modelagem das próximas licitações. Inclusive, desde a semana passada circula uma petição pública para coleta de apoio popular contra a outorga como critério de desempate. As entidades querem que a concorrência seja por menor tarifa.

 

Acesse o abaixo-assinado contra a outorga no pedágio clicando aqui.