Cotidiano

Calamidade financeira de estados não cria obrigações para a União, diz Meirelles

201609131236168459.jpgSÃO PAULO ? Uma possível decretação de estado de calamidade financeira, em bloco, por pelo menos 14 estados brasileiros das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste não cria nenhuma obrigação para a União. A afirmação é do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que disse, entretanto, que essa situação não é algo positivo para a economia ou para a imagem do país. Os governadores querem que o governo conceda uma ajuda de R$ 7 bilhões para repor as perdas com os repasses federais. ENDIVIDAMENTO DOS ESTADOS 1909

? Os estados vivem uma situação difícil, assim como a União e as famílias, e as empresas também vivem. Mas essa situação (nos estados) não foi construída nos últimos meses, mas nos últimos anos. O que estamos fazendo é atacando as causas do problema. A explosão dos gastos públicos trouxe a queda da confiança e a queda da atividade. O que eu tenho dito é que não devemos piorar o problema numa tentativa de mitigar seus efeitos ? afirmou o ministro que participou do seminário ?Perspectivas para a economia brasileira nos próximos anos?, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Segundo ele, o governo deu aval para que os estados em condições técnicas tomem empréstimos de até R$ 20 bilhões. De acordo com Meirelles, existem estados em condições de levantar o dinheiro, seja com bancos públicos, privados, BNDES ou mesmo em empréstimos externos. Ele afirmou que o aval dado pelo governo respeita os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal.

? Alguns estados já fizeram a lição de casa e estão em condições de tomar esse empréstimo ? afirmou.

Meirelles afirmou que vem conversando com investidores internacionais e que a imagem do país vem melhorando pela disposição do governo em enfrentar o crescimento descontrolado das despesas e da dívida pública.

? Mas os governadores devem fazer o que julgarem adequado. Não é algo positivo para a economia ou de imagem (o pedido de calamidade financeira) ? disse Meirelles.