A afirmação é categórica: “as visitas na PEC só serão retomadas depois que os reparos forem concluídos”, e foi feita pelo Depen (Departamento Penitenciário) do Paraná à reportagem na última semana, após questionamentos sobre o andamento dos trabalhos na Penitenciária Estadual de Cascavel.
Ocorre que, poucos dias após o Depen reforçar que as visitas só voltam à normalidade depois que os serviços estruturais forem realizados, lembrando que o levantamento dos danos deixados na rebelião de novembro sequer foram apurados para então iniciar as melhorias, uma cena no mínimo curiosa chamou a atenção ontem pela manhã e provocou muita revolta entre familiares de detentos.
O flagrante
A reportagem do Hoje News flagrou presos recebendo livremente as visitas dominicais. Havia até que tomava café com familiares no pátio da penitenciária. No momento em que perceberam a presença da equipe, houve correria.
Do lado de fora, isso tem provocado revolta entre os parentes que desde 9 de novembro, quando iniciou o motim, não puderam mais ver os presos. Segundo denúncia, esta situação de ontem não foi isolada e tem se repetido nas últimas semanas. “A gente não consegue entender como alguns podem e a gente não pode. Nem as sacolas com os alimentos a gente pode entregar”, denuncia a parente de um detento. Já o Depen destaca que as sacolas com materiais de higiene ocorrem normalmente.
Descaso e regalia
Para outra familiar, a situação é de descaso, falta de fiscalização e possíveis regalias para alguns. “Se não pode para um, não pode para ninguém. Isso nos revolta muito porque não vemos meu sobrinho desde novembro. Como a direção permite isso? Como pode isso se existe uma determinação que impede as visitas?”, seguiu.
Na semana passada, o próprio diretor do Depen, Luiz Alberto Cartaxo Moura, reforçou que as visitas estavam terminantemente proibidas.
Ontem se chegou a cogitar que os presos que estavam recebendo os familiares são de confiança e que estão detidos na PIC (Penitenciária Industrial de Cascavel) e que só estavam trabalhando nos reparos internos da PEC. Na PIC esta informação foi negada, Vale lembrar que no fim do motim o diretor do Depen reforçou que “não existe preso de confiança, pois se fossem de confiança não estariam presos”.
Contato
Ontem a reportagem tentou contato com o Depen, mas não houve retorno até o fechamento desta edição. O Hoje News também tentou, por inúmeras vezes, contato com a direção da PEC, mas o telefone (45) 3218-0950 deu sinal de ocupado durante toda a tarde deste domingo.
