Cotidiano

Cadeirante convida Osorio a andar de cadeira de rodas pela cidade

IMG_5333.JPGRIO – Portadores de deficiência física e de mobilidade reduzida cobraram do candidato a prefeito do Rio Carlos Osorio (PSDB) medidas para melhorar a acessibilidade na cidade. No encontro, realizado na manhã desta terça-feira, no Hotel Guanabara, no Centro, a diretora-tesoureira da Associação dos Amigos Deficientes Físicos do Rio (Aadef), Cátia Ferreira, convidou Osorio, a vice da capa, Aspasia Camargo, o deputado Otávio Leite e o vereador Eduardo Sol (PSDB), presentes na reunião, a andarem pela cidade de cadeira de rodas para experimentar as dificuldades que os cadeirantes sofrem todos os dias:

? Vamos sentar numa cadeira de rodas e andar pela cidade? Faço esse convite a vocês para verem as nossas dificuldades. Só assim vocês vão conseguir nos ajudar.

Além da falta de inclusão nas escolas e de investimentos no esporte paralímpico, os relatos sobre os transtornos enfrentados no transporte público também permearam o encontro. Osorio, que já foi secretário municipal (2012-2014) e estadual (2015-2016) de Transportes, reconheceu que sua administração poderia ter avançando mais na questão da acessibilidade.

? Temos que reconhecer que foi implementada a acessibilidade nos ônibus, mas ela não está funcionando adequadamente. Temos dois problemas: de operação do motorista e de manutenção do equipamento, que não é adequado. O acionamento do elevador é complicado. O modelo atual não está funcionando. As reclamações são inúmeras. Então temos que partir para um novo modelo de ônibus ? disse Osorio, que aceitou o desafio de andar de cadeira de rodas pela cidade, apesar de não ter marcado uma data. ? Quando eu era secretário, nós contratamos na secretaria um cadeirante para nos ajudar a coordenar a fiscalização dos elevadores. Ele ia nas operações. Nós vamos fazer isso. É uma coisa que tem que ser feita: sentir na pele.

O candidato se compromeu a, se eleito, estabelecer novos parâmetros de acessbilidade para os ônibus e só licenciar aqueles que obedecerem às regras definidas pela prefeitura.

? Nosso sistema de ônibus não é acessível. Não está funcionando adequadamente. Então, temos que mudar isso, estabelecendo critérios objetivos de modificação da frota de ônibus. Toda renovação de frota terá que seguir os padrões, senão não vou licenciar nenhum ? afirmou Osorio, que contou, durante o encontro, com uma tradutora de Língua Brasileira de Sinais (Libras). ? Quando nós nos candidatamos para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, o Rio disse que a acessibilidade seria tratado como prioridade. Perdemos uma oportunidade enorme. Avançamos muito pouco. Não deixaram legado nenhum.

Em seu discurso, Osorio também citou uma reportagem do GLOBO sobre o aumento de 210,5% do gasto per capita com o servidor municipal desde 2000. Ele destacou que o gasto com pessoal para o gabinete do prefeito teve um aumento real (acima da inflação) de 62,8%, entre 2013 e 2016, enquanto a área de Pessoa com Deficiência teve queda de 1,5%, conforme divulgado na reportagem.