RIO ? Dois homens engajados em um esquema de caça aos pedófilos, via internet, já conseguiram levar à polícia mais de 70 suspeitos do crime, em Newcastle, no Reino Unido e na Irlanda. ?Tornar o mundo on-line um lugar seguro para crianças? é a missão declarada da dupla anônima, atuante há pouco mais de dois anos. Cerca de 120 mil seguidores acompanham as apreensões feitas por eles e divulgadas em uma página no Facebook, nomeada Dark Justice. Ainda na web, eles vêm ganhando novos apoiadores, incluindo brasileiros, que compartilham seus feitos e declaram o desejo de ver um modelo semelhante de investigação sendo implantado no país.
?Scott? e ?Callum?, como se apresentam, seguem uma dinâmica simples para a ação: criam perfis onde se passam por meninas de 13 e 14 anos e esperam a abordagem de homens mais velhos para iniciar o papo, deixando claro que são menores de idade.
?Quando conversamos com alguém, sempre tentamos evitar conversas sexualmente explícitas. Nós agimos como jovens sem instrução sobre o assunto, e nunca incentivamos conversas sobre sexo ou comportamento sexual?, explicam no site da operação.
Quando são convidados para encontros presenciais, eles sugerem lugares onde possam conduzir o programa e estarem seguros. Após a confirmação de que os suspeitos estarão presentes, eles oficializam a denúncia à polícia. E chegam às reuniões munidos de câmaras para registrar os criminosos, enquanto fazem as acusações. Todo o material é usado, posteriormente, para embasar as prisões. Entre os envolvidos no crime, há motorista de ônibus aposentado, vendedor de loja e personal trainer.
Segundo eles, dos 75 suspeitos já encontrados, 69 compareceram aos encontros marcados, sendo que os outros teriam sido denunciados e presos do mesmo jeito. Eles dizem ainda que, até o momento, 42 deles foram condenados, enquanto o restante está sob fiança ou em prisão preventiva até o julgamento. Dessa última lista, 20 teriam recebido sentenças custodiadas; os demais, sentenças suspensas ou ordem de trabalho comunitário.
Sobre os métodos que utilizam para chegar aos suspeitos, eles consideram que os fins justificam os meios, em se tratando da lei.
?Algumas pessoas são céticas sobre o que fazemos e como fazemos. Nós não somos vigilantes que operam acima da lei, somos cidadãos preocupados que trabalham em estreita colaboração com a polícia para ajudar a efetuar mudanças e manter nossas crianças seguras! Continuaremos a trabalhar para capturar esses predadores sexuais que aterrorizam nossos filhos e faremos o nosso melhor para conscientizar a população sobre a epidemia que eles enfrentam hoje em dia?, ressaltam.
