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Cacá Cardoso, candidato a presidente do Flu: ?Não abro mão do Maracanã?

2016 949224990-201611031235377050.jpg_20161103.jpgAos 51 anos, o advogado e ex-vice de Interesses Legais é candidato pela chapa ?Fluminense Unido e Forte?, e diz apostar na profissionalização da gestão do futebol, totalmente separada das outras áreas do clube, ?baseada na ética e transparência?. Além disso, propõe maior participação dos sócios no dia a dia das Laranjeiras.

Qual é o carro-chefe do seu programa de gestão?

É uma gestão moderna, com governança, transparência e um futebol competitivo para ganhar campeonatos. A mola mestra é um conselho de administração colegiado. Haverá o presidente e o vice, mas as decisões saem desse colegiado, não será uma decisão isolada. Teremos um CEO para traçar a estratégia e delimitar orçamento, e um diretor executivo ligado ao clube.

A gestão do futebol será separada do resto do clube?

Sim. Precisamos de um futebol forte. Não adianta ter uma gestão maravilhosa se o futebol, que representa 85% das receitas, não é forte. Não adianta marketing, comunicação, nada, se o futebol estiver fraco. O torcedor não comparece, não adere aos programas, perde o interesse, se afasta do clube, não consome os produtos licenciados, se torna indiferente. E, assim, não conseguimos gerar receitas para o clube.

E como ficam os outros esportes e a parte social?

Isso não quer dizer que vamos deixar as outras áreas de lado. O Flu é reconhecido pela grandeza do futebol e de outros esportes; é o clube que trouxe a primeira medalha olímpica para o Brasil e também a de ouro. A partir das CNDs (Certidões Negativas de Débito), vamos buscar os projetos incentivados para gerar novas receitas para os esportes olímpicos.

A sede das Laranjeiras está incluída em algum projeto?

O primeiro passo é recuperar o estádio para jogos das categorias de base. A ideia é atrair os torcedores para a sede. O torcedor vindo para cá, assistindo a jogos, conhecendo o museu, vai se sentir atraído e vai gerar receita. Os jogadores também precisam desse contato desde cedo para sentir o Fluminense. Pretendemos fazer parcerias para recuperar o estádio em todo o seu potencial. Até mesmo para jogos de pequeno porte do profissional.

Mas o Maracanã continua nos planos?

Não vamos abrir mão do Maracanã. Essa é a nossa primeira proposta. É o estádio onde escrevemos as mais belas páginas da nossa história, bem localizado, e comporta bem a torcida.

Planeja fazer parte de um futuro consórcio?

Estamos acompanhado o caso do Maracanã bem de perto. Aguardamos os próximos passos, o estudo da FGV está em andamento, depois vem o edital de licitação. Esperamos estar juntos dessa empreitada.

Um estádio próprio faz parte dos planos?

Estamos mapeando locais que possam abrigar um estádio novo, mas estamos fazendo sem açodamento para darmos o tiro certo. Um clube que convive com dívida na casa dos R$ 400 milhões não tem condições de sair procurando qualquer área e investir R$ 500 milhões para subir um estádio. Foi assinado um termo de compromisso (da gestão Peter Siemsen) de uma área na Barra que foi avaliada como um pântano. Isso gera sobrecusto maior para o empreendimento. O clube não tem como assumir, já tendo o custo fixo do Profut, Ato Trabalhista, encargos da folha de pagamento…

Para fazer um time forte, é preciso contratar. Nomes de peso em vista? Para comissão técnica também?

A movimentação de jogadores só aquece após o campeonato, nós já estamos mapeando o mercado. Confiamos muito que conseguiremos uma vaga na Libertadores, e temos certa prudência para não avançar demais. Faremos contratações criteriosas, levando em conta retorno, marketing, parte física. Há grandes nomes no mercado que poderiam assumir o comando do futebol profissional. Prefiro me manifestar quando estiver definido.

E a base? Continua sendo fonte de receitas?

Vamos investir mais. A grande saída para o Flu é a garotada de Xerém. Mas entendemos que o jogador antes de sair tem que dar retorno técnico ao clube. Quem sabe alguns não se tornam ídolos. Há a preocupação em segurar mais aqueles que têm condições técnicas de defender o profissional.

Sua ideia é trazer o torcedor para perto do clube. Como seria isso?

Pretendemos encurtar a distância dos sócios com o clube, saber suas prioridades. Precisamos que a torcida participe da gestão do clube. Hoje há muitas ferramentas que permite isso, com as redes sociais, os aplicativos… Não será em tudo, como nas contratações, pois não basta querer, há outros fatores. É fundamental ter torcedor engajado.

O CT é o principal legado da atual gestão?

Temos que reconhecer o belíssimo trabalho feito pelo Pedro Antônio, vice de Projetos Especiais. Graças a ele, o CT é uma realidade, e tem o que há de melhor para o futebol. Ele está antecipando esses recursos, e o que tiver pendente, desde já, assumo o compromisso de quitar no mais curto prazo possível. Agora, o CT gera um custo de manutenção. Pretendemos fazer dele um gerador de novas receitas para equilibrar as contas.