Cotidiano

Cabral faz aniversário sem direito a visita na prisão em Bangu

RIO ? O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) faz 54 anos nesta sexta-feira, um dia após a Operação Eficiência mostrar que o esquema de propina e desvio de dinheiro público chefiado pelo peemedebista era bem maior do que já se sabia. Preso desde novembro na Penitenciária Pedro Werling de Oliveira, no Complexo de Bangu, no Rio, Cabral não poderá receber visitas nem poderá receber alimentação especial.

Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), a rotina dos presos não é alterada no dia do aniversário. Somente é autorizada a entrada de comida com visitantes nos dias de visita, que são quarta-feira e sábado.

Em Bangu 8, o cardápio de almoço e jantar é composto por arroz ou macarrão, feijão, farinha, carne branca ou vermelha (carne, peixe, frango), legumes, salada, sobremesa e refresco. O desjejum é composto por pão com manteiga e café com leite. Já o lanche é um guaraná e pão com manteiga ou bolo.

A força-tarefa da Lava-Jato no Rio encontrou 1,8 milhão de euros em diamantes que pertenceriam ao ex-governador e serão repatriados. Por meio de provas trazidas por dois delatores, os procuradores afirmam ter descoberto que Cabral, seu ex-secretário Wilson Carlos e Carlos Emanuel Miranda, apontado como um dos operadores do ex-governador, ocultaram em contas no exterior mais de US$ 100 milhões (mais de R$ 340 milhões). Desse total, cerca de US$ 80 milhões eram de Cabral.

O ex-governador estuda negociar um acordo de delação premiada como forma de diminuir o tempo que ficará preso. Fontes ligadas a Cabral, ouvidas pelo GLOBO sob a condição de anonimato, disseram que essa negociação pode começar em breve, aproveitando que o empresário Eike Batista é considerado foragido da Polícia Federal. A situação do Eike facilitaria as negociações para o peemedebista, pois segundo servidores que participam das investigações, há apenas espaço para uma mega delação nesse caso, porque é preciso a punição de pelo menos um dos maiores beneficiados pelo esquema de corrupção.