RIO – Uma batalha de 30 anos entre o Reino Unido e a União Europeia que só foi apaziguada após uma decisão da Justiça em 2003, poderia reemergir quando o Brexit for concluído, alertou o ex-vice-primeiro-ministro britâmico Nick Clegg. Fabricantes de chocolate do Reino Unido brigaram pelo direito de vender o produto com gordura vegetal, o que os concorrentes continentais disseram que não era tão puro quanto os produtos que eles vendiam e que deveria ser vendido com outro nome. O acordo definiu o nome ?família chocolate? e abriu o mercado espanhol e italiano ao produto. Com o Brexit, os puristas poderiam voltar a dificultar as exportações britânicas.
? Os puristas de chocolate, eu garanto, vão começar muito rapidamente a mexer com a definição de chocolate para tornar muito mais difícil as empresas britânicas exportarem para o resto da Europa ? disse Clegg, depois de um discurso no centro de Londres. ? Por ter uma definição única, nossos fabricantes de chocolate em York, Midlands e em outros lugares poderiam vender chocolate para lojas de doces na Espanha, Grécia e Finlândia tão facilmente quanto no Reino Unido.
O resultado afetará fabricantes incluindo a Mondelez e Nestlé, que assumiu em 1988 a Rowntree, uma loja, na Inglaterra, que vende chocolates de grife. Argumentos sobre ?definição comum? vão sentar-se ao lado de barreiras tarifárias e dos controlos aduaneiros como obstáculos à comida britânica se o Reino Unido deixar o mercado único da UE. A UE representa mais de dois terços das exportações e 94% dos acordos livre comércio da UE com outros países, informou Clegg:
? Produtos alimentares e bebidas são atualmente vendidos através das fronteiras sem definições ou verificações. Uma vez que sair da UE, os produtos terão de passar por controlos aduaneiros na fronteira, que incluem a aplicação de certificados de importação relevantes, certificados sanitários de exportação dispendiosos, para mostrar que o produto atende às normas de saúde pública da UE, e às inspecções veterinárias.
