Curitiba – Na semana em que o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul completa 55 anos, o diretor administrativo Orlando Pessuti destaca nesta entrevista a importância do banco como indutor do desenvolvimento da região Sul e, em especial, do Paraná. O BRDE está entre as maiores instituições financeiras de fomento econômico do Brasil. Tem 35 mil clientes, está em praticamente 90% dos municípios do Sul do País, tem perto de 600 colaboradores e R$ 15 bilhões em ativos, afirma.
Pessuti também destaca o recorde em contratações alcançado pela agência paranaense em 2015, de R$ 1,53 bilhão, e atribui boa parte desse resultado aos R$ 200 milhões repassados pelo Governo do Paraná em 2014. Mesmo nesta hora crise, o BRDE mostra que continua ao lado do empreendedor.
Como o banco chega aos 55 anos de fundação?
Orlando Pessuti – A situação do BRDE é muitíssimo equilibrada. É um banco que está com todas as suas metas atingidas e com uma inserção fantástica em praticamente 92% dos municípios do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Temos 35 mil clientes nestes estados, perto de 600 colaboradores e R$ 15 bilhões em ativos. São R$ 12,5 bilhões em financiamentos, dos quais R$ 5,2 bilhões estão no Paraná. O importante é dizer que no Paraná, temos 42% de todos estes recursos colocados à disposição dos empreendedores, como financiamento para a agricultura, para o comércio e para a prestação de serviço. Somente na agência paranaense, de janeiro a maio deste ano foram 686 aprovações, totalizando R$ 400 milhões para investimentos nas áreas de agronegócio, indústria, serviços, comércio e inovação.
De que maneira o BRDE atende a população?
Orlando Pessuti – Chegar ao BRDE é muito fácil, basta você acessar o site do banco, vir à agência em Curitiba, ou procurar uma das estruturas conveniadas como o Sicredi, Sicob, Cresol, como cooperativas de créditos. Tudo isso faz com que possamos dar para as pessoas as informações de como obter esses financiamentos. Então é muito fácil ter este acesso. Eu digo sempre: dinheiro o banco tem, o que precisa é um bom projeto. Um projeto que possa gerar emprego e renda tem o apoio do BRDE, para que isso possa se tornar realidade.
Os benefícios para a população chegam de que maneira?
Orlando Pessuti – Você transforma um projeto em uma obra, essa obra em uma indústria, que se transforma em uma floresta, que se transforma em uma lavoura. Enfim, o BRDE financia a agricultura, o comercio, a indústria e a prestação de serviço. E agora, graças ao apoio que tivemos do governador Beto Richa, também estamos financiando os municípios do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Com recursos aprovados pela Assembleia Legislativa, obtevemos quase R$ 1 bilhão para o Proinveste, e deste valor, ele colocou R$ 200 milhões no BRDE. Esse montante alavancou, capitalizou e fortaleceu o banco. Com esses recursos nós estamos indo ao encontro de importantes obras de infraestrutura dentro de municípios do Paraná. São obras que apoiam o desenvolvimento do Estado.
Qual impacto disso no setor produtivo e também nos municípios?
Orlando Pessuti – Em outubro de 2014 esse recurso foi colocado dentro do banco. Ao colocar R$ 200 milhões dentro de um banco você já multiplica a possibilidade de financiar esse montante em sete vezes. Então, pode-se dizer que esse valor se transformou em R$ 1,4 bilhão. E isso já apareceu no ano de 2015, quando superamos todas as projeções de financiamento. Foi um valor recorde em contratações alcançado pela agência paranaense de R$ 1,53 bilhão. Para se ter uma ideia, no ano passado a agência do BRDE do Paraná financiou cerca de R$ 1,35 bilhão só no setor privado. Mesmo nesta hora crise, o BRDE mostra que continua ao lado do empreendedor. Como melhoramos bastante este setor, melhoramos também os índices de liquidez, de patrimônio, de referência capital do próprio banco, o Índice de Basiléia considerados pelo Banco Central, pelo BNDES e Tesouro Nacional e isso permitiu formatar o programa BRDE municípios.
Então o banco está financiando também as prefeituras?
Orlando Pessuti Sim. Os municípios passaram a ser financiados em 2016. Então até o dia 30 de junho nós deveremos ter contratado no Paraná, em torno de R$ 60 milhões em financiamento, mais R$ 60 milhões em Santa Catarina e o mesmo valor no Rio Grande do Sul, perfazendo R$ 180 milhões de financiamento direto aos municípios desses estados. Isso faz com que a gente possa ver obras de pavimentação asfáltica, construção de escolas, unidades de saúde, quadras cobertas, enfim, tudo isso com financiamento do BRDE.
O agronegócio já corresponde a 80% das receitas de exportações paranaenses. Como o BRDE tem apoiado as cooperativas agrícolas?
Orlando Pessuti – Na história do BRDE, o agronegócio se consolidou e firmou muito mais contratos, porque as empresas ligadas ao setor sempre tiveram neste banco um apoiador importantíssimo. Dos mais de R$ 6 bilhões que são os financiamentos do Paraná, 60% foram destinados para o agronegócio e, por isso, nos orgulhamos de ter a avicultura, a pecuária e a pecuária de leite com os índices de produção e produtividade que temos dentro do Paraná. O agronegócio e o cooperativismo têm o BRDE como seu principal aliado na hora de buscar um financiamento.
Como um pequeno produtor pode ter acesso às linhas de créditos do BRDE?
Orlando Pessuti – As linhas de créditos do BRDE são para o pequeno e o micro produtor e também para o agricultor familiar. Nós somos um dos maiores fomentadores do Pronaf e fazemos isso através desse grande convênio que temos com a Sicred e a Cresol. O pequeno produtor que mora em um local distante do Paraná e não tem como se locomover até o BRDE de Curitiba, pode procurar essas cooperativas de crédito ou outras que são parceiras do BRDE. O produtor também pode procurar a associação comercial da sua cidade e apresentar seu projeto para o setor executivo e eles entram em contato com o BRDE. Aquilo que não conseguirmos financiar, repassamos para a Fomento Paraná, que junto com o BRDE, constitui um sistema paranaense de fomento que se ajuda mutuamente. É assim que vamos tocando as parcerias que temos.
O que diferencia o BRDE dos outros bancos?
Orlando Pessuti – A primeira diferença é que o BRDE não exige do seu empreendedor que para ter um financiamento ele tenha uma conta. que tenha saldo médio, ou até mesmo que ele compre algum tipo de serviço. Enfim, não tem aquilo que chamamos de reciprocidade. Por isso é um banco diferenciado, aonde normalmente as taxas de juros são menores e os prazos para pagamento dos empréstimos são maiores. A grande diferença que temos dos outros bancos é que não somos aquele banco de balcão, do varejo. Financiamos projetos.
