Esportes

Brasileiros buscam fim da hegemonia africana na 92ª São Silvestre

SÃO PAULO ? Os estrangeiros têm dominado a Corrida Internacional de São Silvestre nos últimos anos. O Brasil, que não vence a prova desde 2010, entre os homens, e 2006, na disputa feminina, aposta neste ano em Giovani dos Santos e Joziane Cardoso para pôr fim ao jejum e garantir que o topo do pódio na 92ª edição da prova, no próximo sábado em São Paulo, seja verde e amarelo.

A prova que fecha o calendário do esporte de 2016 reunirá cerca de 30 mil corredores de diversas partes do mundo, que percorrerão um trajeto de 15 quilômetros ? com largada na avenida Paulista, na altura da rua Ministro Rocha de Azevedo, e chegada em frente ao prédio da Fundação Cásper Líbero, na região central da cidade.

Para chegar ao topo, Giovani e Joziane terão que enfrentar nomes de peso. No masculino, Santos vai brigar pela medalha com os etíopes Dawit Admasu, campeão da São Silvestre em 2014, e Leul Aleme, vencedor da meia maratona do Rio em 2014 e vice na São Silvestre em 2015, além do queniano William Kibor, que levou a melhor na Meia Maratona de Las Vegas neste ano.

O brasileiro, que já disputou sete vezes a corrida, tendo ficado em 5º lugar em cinco ocasiões, garante não estar preocupado com os adversários. Mesmo tendo ficado de fora da Olimpíada do Rio por causa de uma lesão, ele não se abateu e saiu vitorioso da Volta Internacional da Pampulha, em Minas Gerais no início deste mês.

? Tem vários adversários, mas não estou preocupado com eles. Estou preocupado comigo, espero que nessa a gente se saia melhor do que os quenianos e, quem sabe, suba no lugar mais alto do pódio ? diz ele, que pretende homenagear o time da Chapecoense, que viveu uma tragédia com a queda do avião no mês passado.

? Não torcia por clube nenhum antes disso. Agora, sou torcedor da Chape.

No feminino, integram a relação de destaques a tricampeã Ymer Ayalew, da Etiópia, e a queniana Jemima Sumgong, campeã da maratona de Londres e da Olimpíada do Rio. Ymer, que não fala inglês, contou que gosta de correr no Brasil e que a São Silvestre a ajuda a se preparar para outras disputas.

Ao contrário de Giovani, Joziane diz que todas as adversárias a preocupam. Ela contou que neste ano trabalhou melhor a força para encarar a subida da avenida Brigadeiro Luiz Antônio, reta final da corrida.

? A gente tem que ser realista. O nível delas é alto, a campeã olímpica está muito bem. A estratégia e não deixar elas abrirem muita vantagem. Vai ser uma prova forte e difícil do início ao fim, mas vou trabalhar duro.

O pelotão de elite feminino terá largada às 8h40. Logo em seguida, às 9h, será a vez do pelotão de elite masculino e demais atletas.

Ao longo de seus 92 anos, a São Silvestre foi se adaptando a mudanças e à cidade, sendo 12 de percursos e 18 distâncias diferentes, em razão do próprio crescimento. A primeira delas aconteceu em 1989, quando passou a ser realizada de tarde, possibilitando maior segurança para os atletas e público. Desde 2012 o evento acontece pela manhã, como as grandes provas no mundo.