Agronegócio

Brasil tem fertilizantes até outubro, garante ministra da Agricultura

A Rússia é responsável por fornecer cerca de 25% dos fertilizantes para o Brasil

Brasil tem fertilizantes  até outubro, garante ministra da Agricultura

 

 

Brasília – O estoque de fertilizantes para o agronegócio no Brasil está garantido até outubro. A avaliação é da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina. Em entrevista coletiva, ela garantiu que não há problemas com a safra neste momento, no entanto, a safra de verão, no final de setembro e outubro, gera preocupação.

A ministra lembrou que a safrinha de milho já está em produção. “Então, o que precisava de fertilizante já chegou, já está com o produtor rural. Neste momento não temos problema. A safra de verão é uma preocupação”, disse. Ela acrescentou, entretanto, que o setor privado confirmou a existência de estoque de passagem de fertilizantes suficiente até outubro.

O alerta sobre o mercado internacional de fertilizantes vem desde fevereiro quando começaram as sanções econômicas em Belarus. As exportações do produto estão suspensas para o Brasil por causa do fechamento dos portos da Lituânia para o escoamento de fertilizantes e agora com o apoio à Rússia na guerra contra a Ucrânia, o país do leste europeu sofreu novas sanções.

O cenário se agravou ainda com o início da guerra. Isto porque, além da Belarus, a própria Rússia é o principal fornecedor do produto para o mercado brasileiro.

 

Canadá

Em meio à crise, a ministra da Agricultura disse que vai ao Canadá tentar negociar a demanda de fertilizantes. Segundo ela, o impacto ao consumidor depende do tempo da guerra. Sem esses produtos, a tendência é que a oferta vai fazer disparar o preço dos alimentos.

“O preço do trigo subiu lá nas alturas porque a Ucrânia é um grande produtor e isso influencia o mercado global. A gente acha que terá uma alta, sim. Quanto? A soja já subiu, já caiu um pouco. O milho já subiu, já caiu um pouco. A gente tem que acompanhar e diminuir os impactos”, afirmou.

Atualmente, o Brasil é o quarto consumidor global de fertilizantes, mais de 80% de todo o produto usado na produção agrícola nacional vêm de fora do país. As sanções econômicas dos Estados Unidos e da União Europeia na Rússia e na Belarus atingem a produção de potássio, e a maioria dos fertilizantes é feita a partir do potássio.

A Rússia é responsável por fornecer cerca de 25% dos fertilizantes para o Brasil.

 

 

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Cascavel – O setor do agronegócio, uma das principais forças de Cascavel e do Paraná, aguarda com preocupação o desenrolar da guerra entre Rússia e Ucrânia, que ocorre há mais de uma semana. O alerta se deve ao fato de a Rússia ser o maior produtor de fertilizantes do mundo.

Segundo dados da Anda (Associação Nacional para Difusão de Adubos), em 2021, dos mais de 40 milhões de toneladas de fertilizantes consumidos no Brasil, 85% foram importados. O país é o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo, atrás apenas da China, Índia e Estados Unidos.

O presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, avalia que o conflito entre os países vai impactar a cadeia produtiva do Oeste, especialmente na questão de fertilizantes e adubo. “Essa guerra vai trazer prejuízos nos preços dos fertilizantes. Entretanto, temos que aguardar, pois é um momento de instabilidade mundial”, observou.

Vale lembrar que os fertilizantes têm a função de fornecer nutrientes para o desenvolvimento das plantas via solo ou foliar, com o objetivo de              melhorar a produção. Entre os principais macronutrientes estão o nitrogênio que tem atuação na geração de frutas e flores; o fósforo, que é ideal para fornecer energia e para o desenvolvimento de novas estruturas; e o potássio, que permite a transpiração e a troca de gases, além de ajudar a evitar as pragas.

Dilvo Grolli destaca ainda que outro grande problema é a importação do adubo. “85% do adubo que nós utilizamos, ou seja, 46 milhões de toneladas vem do mercado internacional”, detalha, complementando que “no ano passado tivemos um aumento muito grande destas matérias primas, em torno de 100 a 200%”.