Cotidiano

Brasil tem 11,4 milhões de analfabetos

Rio de Janeiro – A taxa de analfabetismo caiu de 7,2% em 2016 para 7% em 2017, informou ontem o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que divulgou dados sobre educação da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). Apesar da queda, a persistência da mazela torna difícil atingir a meta de erradicar o analfabetismo até 2024, como prevê o PNE (Plano Nacional de Educação) de 2014, seja porque as quedas ano a ano ocorrem a conta-gotas, seja porque as desigualdades regionais ainda persistem.

No Nordeste, a taxa de analfabetismo ficou em 14,5% ano passado, o dobro da média nacional. Dos 11,466 milhões de brasileiros de 15 anos ou mais que não sabem ler e escrever, 6,427 milhões, ou 56% do total, moram no Nordeste.

A meta intermediária do PNE 2014, de baixar a taxa nacional de analfabetismo a 6,5% em 2015, teria sido atingida no Sudeste (taxa de 3,5% em 2017), no Sul (também 3,5%) e no Centro-Oeste (5,2%). O Norte (8%) fica acima da média, assim como o Nordeste.

Alagoas é o Estado com maior taxa de analfabetismo no País, com 18,2% em 2017, ante 19,4% em 2016. São 474 mil alagoanos analfabetos. Maranhão (16,7%) e Piauí (16,7%) também chama a atenção pelas taxas elevadas.

Em Pernambuco, a taxa de analfabetismo é quase o dobro da média nacional, com 13,4% em 2017 (1 milhão de pernambucanos não sabem ler e escrever). O maior contingente de analfabetos está na Bahia (1,524 milhão de pessoas), onde a taxa de analfabetismo ficou em 12,7%.

O analfabetismo é também um problema geracional. Na população de mais de 60 anos, a taxa de analfabetismo nacional ficou em 19,3% em 2017. No Nordeste, a taxa de analfabetismo entre os mais velhos é de 38,6%. São 3 milhões de pessoas no Nordeste com 60 anos ou mais que não sabem ler e escrever.

Ensino médio

A taxa de escolarização das pessoas de 15 a 17 anos ficou em 87,2% em 2017, mesmo nível de 2016, mas apenas 68,4% dessa população estavam na série de estudo adequada, ou seja, cursando o ensino médio.

Isso significa que cerca de 1,3 milhão de adolescentes dessa faixa etária estão fora da escola, enquanto outros 2 milhões estão atrasados.

A escolarização dos jovens entre 15 e 17 anos é mais uma meta intermediária do PNE 2014 que não foi alcançada. O objetivo era universalizar a escolarização nessa faixa etária ainda em 2016.

O problema afeta mais os homens. Entre a população masculina de 15 a 17 anos, apenas 63,5% estavam na série adequada. Para as mulheres, a taxa é maior, de 73,5%. Pessoas com a pele preta ou parda também são mais afetadas: 63,5% dos pretos ou pardos de 15 a 17 anos estão fora da série adequada.