Cotidiano

Brasil perdeu R$ 146 bi ao mercado ilegal em 2017

São Paulo – Em 2017, a venda de produtos contrabandeados no Brasil trouxe prejuízos de R$ 146 bilhões ao País, de acordo com dados levantados pelo FNCP (Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade). Esse dado é a soma dos prejuízos registrados às empresas brasileiras e a estimativa de evasão de impostos causada pelo mercado ilegal. Em 2014, esse valor era de R$ 100 bilhões, número que saltou para R$ 115 bilhões em 2015 e para R$ 130 bilhões no ano seguinte.

A venda de cigarros paraguaios, principal produto contrabandeado no País, atingiu patamar recorde em 2017: 48% de todo o mercado nacional do produto é dominado por marcas comercializadas ilegalmente, a maior parte vinda do país vizinho. Com isso, o Brasil se tornou o maior mercado global de cigarros ilegais. A marca de cigarro mais vendida no Brasil é a Eight, fabricada pela Tabacalera del Este, empresa de propriedade do presidente paraguaio Horacio Cartes.

Pesquisa realizada pelo Datafolha encomendada pelo Etco (Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial) para marcar o Dia Nacional de Combate ao Contrabando (3 de março) mostra que os brasileiros acreditam que o contrabando de cigarros traz enormes prejuízos para o País. Para os entrevistados, esse crime: incentiva o crime organizado e o tráfico de drogas e armas (86%); reduz os empregos de brasileiros (73%); prejudica o comércio e a indústria do Brasil (86%); reduz a arrecadação de impostos (86%) e aumenta os riscos à saúde já que esses produtos não são fiscalizados pelo governo brasileiro (87%).

Entre as áreas mais prejudicadas pelo contrabando de cigarros, os entrevistados apontaram a saúde (92%), os empregos (69%), a segurança (66%) e a arrecadação de impostos (62%).

Ano eleitoral

Os brasileiros ouvidos pelo Datafolha consideram que o contrabando é um tema que deve fazer parte do debate político em 2018. Dentre os entrevistados, 86% disseram que não votariam em um candidato que se negasse a combater o contrabando. Questionados sobre quais ações deveriam ser adotadas o presidente eleito para combater o contrabando de cigarro do Paraguai para o Brasil, os entrevistados apontaram: mais investimentos nas ações de segurança nas fronteiras (74%); adoção de leis com penas mais duras para o crime de contrabando (64%); mais investimentos nas ações de combate ao mercado ilegal (57%); fechamento dos comércios que forem flagrados vendendo cigarros contrabandeados (51%) e, ainda, redução de impostos para os setores mais afetados pelo contrabando (33%).