Cotidiano

Brasil investe alto, mas pouco por aluno, diz OCDE

São Paulo – Em entrevistas, debates e programas de governo, os candidatos à Presidência da República divergem sobre o investimento do Brasil em educação. Alguns sustentam que o País já coloca na área o mesmo que países desenvolvidos, outros dizem que há dinheiro suficiente, o que falta é uma gestão melhor. E há ainda os que falam que os recursos são insuficientes.

Relatório divulgado nesta semana pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) tenta esclarecer essa confusão. O texto diz que o “Brasil investe relativamente bem em relação ao PIB e também no valor total, mas os gastos por estudante ainda estão muito abaixo do que fazem os países membros da OCDE e parceiros”.

As tabelas do relatório, chamado Education at Glance, comparam os recursos colocados em educação entre os 35 países membros, que são os mais ricos do mundo, e outros 11 considerados parceiros da OCDE, em que se inclui o Brasil.

Lá é possível notar que o Brasil investe 5,5% do PIB em educação, quando a maioria das nações, 5%. Um exemplo é a Alemanha, onde a taxa é de 4% do PIB, abaixo do Brasil.

Mas o PIB da Alemanha é de US$ 3,4 trilhões e o do Brasil, de cerca de US$ 1,7 trilhão.

Já no número de alunos, a proporção se inverte. São cerca de 6,6 milhões de estudantes no ensino básico alemão e 48 milhões no brasileiro, por exemplo.

Por isso, o relatório deixa claro que o Brasil está abaixo da média no valor investido por estudante. Enquanto a Alemanha está acima do que destina a maioria dos membros da OCDE, gastando cerca de US$ 10,8 mil por aluno/ano, o Brasil aparece com cerca de US$ 3,8 aluno/ano. A média da OCDE é US $ 9,4 mil.

O que chega para cada aluno brasileiro, na verdade, é um valor comparável ao investido pela Colômbia. E menos que nossos vizinhos argentinos. Esse investimento por aluno inclui salário de professores, construção e manutenção de escolas, livros, merenda, entre outros itens essenciais para a educação.

Lembrando que esses valores não podem ser convertidos para a cotação atual do dólar no País porque são de 2015 (os mais atuais registrados pela OCDE) e são calculados a partir de uma fórmula que permite a comparação mundial.