Esportes

Brasil faz jogo de vida ou morte no vôlei masculino

RIO – É vai ou racha. Após segunda derrota na Olimpíada, na madrugada de ontem, para a Itália por 3 a 1 (25/23, 23/25, 22/25 e 15/25), a seleção brasileira masculina de vôlei precisa vencer a França hoje, às 22h35m, no Maracanãzinho, para passar às quartas de final sem depender de outros resultados. Se o Brasil for eliminado, terá a pior campanha da história dos Jogos, igualando Cidade do México-1968, quando ficou em nono. O vôlei masculino, que completou cem jogos no Rio-2016 e que está em todas as edições desde 1952, ganhou prata nas duas últimas edições.

E ficou para a última rodada a definição do último eliminado do grupo, além do México. França, Canadá, Brasil e EUA estão empatados, nessa ordem, com seis pontos (o desempate é pelo saldo de sets). Os EUA enfrentam o México, às 11h35m, e devem garantir classificação. Já a Itália pega o Canadá, às 20h30m. Se o Canadá perder por 3 a 2, o Brasil tem de vencer a França. E se perder por 3 a 0 ou 3 a 1, a seleção pode até perder, mas precisa ser por placar superior.

Vôlei em 14 de agostoMas, se o Canadá vencer, o Brasil precisa derrotar a França. A questão é que a Itália, disparada na frente na classificação, deve poupar titulares, o que pode facilitar a vida dos canadenses.

? A prioridade é a condição física dos atletas. Temos de ver como Piano e Birarelli (centrais com problemas físicos) estarão ? desconversou o técnico italiano, Gianlorenzo Blengini.

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Foi justamente na Itália, em Ancona, no Mundial de 2010, que o Brasil entregou jogo para a Bulgária para ter caminho facilitado até a fase decisiva. A torcida ficou de costas para a quadra nos jogos seguintes do Brasil, campeão contra Cuba (ganhou da Itália na semifinal). O confronto foi batizado de ?jogo da vergonha”. Desde então, Bernardinho não ganha nenhum título relevante.

JOGADORES SENTEM PRESSÃO

Sobre a possibilidade de os italianos pouparem atletas contra o Canadá, Bernardinho se esquivou:

? Esse é um problema da Itália. Cabe a mim recuperar os jogadores do Brasil para a decisão contra a França. Estamos com as costas na parede ? afirmou o técnico.

Ele descartou a tese de ter poucos atletas com experiência olímpica como motivo para a campanha. Apenas Bruno, Lucão e Serginho têm bagagem no torneio (Wallace foi banco em 2012).

? Claro que gostaria de ter mais. Mas o jogo hoje é de vigor físico, além da técnica. Gostaria de ter o Murilo, mas ele não estava em condições físicas ? disse o técnico, preocupado com o peso que os atletas estão carregando. ? Se eu soubesse o que é, tentava tirar de cima deles. Talvez seja uma combinação de coisas. Essa geração foi consistente, mas bateu na trave e fica a expectativa. Em casa, mais gente está nessa expectativa também. Existe alguma coisa, mas é difícil saber o que é.

O levantador Bruninho admitiu que os jogadores estão se sentindo pressionados.

? Há muito nervosismo, um peso que não temos de carregar. Estamos jogando contra grandes equipes e temos de soltar nosso vôlei ? disse o capitão, que falou também sobre Canadá x Itália. ? Temos de pensar na gente. Se não jogarmos, é porque não merecemos passar de fase. Temos uma chance. E temos de ir com tudo nessa chance. Se esse contexto (de nervosismo) não mudar, a gente vai perder.