Cotidiano

Brasil é penúltimo em ranking de competitividade da CNI

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BRASÍLIA – Estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que as empresas brasileiras perdem apenas para a Argentina em competitividade, em um ranking de 18 países com economias similares. A colocação em penúltimo lugar é a mesma desde 2012, quando o levantamento começou a ser feito pela entidade. No topo da lista de países mais competitivos em 2016 está o Canadá, seguido por Coreia do Sul e Austrália.

Em 2016, o Brasil retrocedeu em quatro de nove fatores que determinam a capacidade de as empresas vencerem os concorrentes na disputa por mercados: disponibilidade e custo de mão de obra; ambiente macroeconômico; competição e escala do mercado doméstico; e tecnologia e inovação. O único avanço se deu em educação.

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Segundo o estudo anual da CNI, O Brasil caiu da 5ª para a 11ª posição no fator disponibilidade e custo da mão de obra. No fator ambiente macroeconômico, houve um recuo de duas posições, da 15ª para a 17ª.

?Com inflação, dívida bruta e carga de juros elevadas e baixa taxa de investimentos, o Brasil está na penúltima posição entre os 18 países avaliados, à frente da Argentina?, diz a entidade.

O Brasil também perdeu duas posições no fator competição e escala do mercado doméstico. Caiu da 10ª colocação em 2015 para a 12ª em 2016. O primeiro lugar deste ranking ficou com a China, seguida da Espanha. Conforme o estudo, o recuo do Brasil no fator é resultado do encolhimento do mercado doméstico, porque, com a crise econômica, o consumo diminuiu.

?Além disso, o país convive com baixa concorrência no mercado doméstico e impõe elevadas barreiras tarifárias aos produtos estrangeiros?, destaca a CNI.

PAÍS TEM MAIOR TAXA DE JUROS REAL

A melhor posição obtida pelo Brasil em 2016 foi no fator educação. O país ficou em nono lugar na lista deste quesito.

?O resultado deve-se, sobretudo, ao bom desempenho do país na variável gastos com educação?, analisa o estudo.

No entanto, o país ainda está bem atrás dos principais competidores no quesito qualidade da educação. Na avaliação de matemática, o Brasil está em último lugar. Em ciências, só o Peru teve desempenho pior do que o do Brasil e, em leitura, os estudantes brasileiros estão em 12º lugar, à frente apenas da Indonésia e do Peru.

O Brasil está na última posição do ranking no fator disponibilidade e custo de capital. O Canadá está em primeiro lugar da lista e, a Austrália, em segundo. O desempenho do país é resultado dos altos custos e da baixa disponibilidade de recursos.

?O Brasil tem a mais alta taxa de juros real de curto prazo, de 11%, e o maior spread da taxa de juros, de 31,3%. A segunda maior taxa de juros é registrada pela Índia, de 3,5%, e o segundo maior spread da taxa de juros é registrado pelo Peru, de 13,8%?, diz o estudo.

Além disso, o Brasil está na 15ª posição da lista no fator infraestrutura e logística. Entre os 18 países avaliados, estão atrás do Brasil neste quesito o Peru, a Índia e a Colômbia. O primeiro é da Espanha e, o segundo, do Canadá. De acordo com o estudo, o Brasil teve as piores avaliações em todos os modais de transporte – rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. O país só teve um bom resultado no item infraestrutura de telecomunicações.

Outra constatação é que o Brasil ocupa o 16º lugar no ranking de competitividade do fator de peso de tributos, à frente apenas da Espanha e da Argentina. A Tailândia está em primeiro lugar e a Indonésia em segundo.

Na comparação com 2015, o Brasil perdeu terreno para os competidores no quesito receita total de impostos em relação ao PIB. Embora a receita total de impostos no Brasil tenha se mantido em 21% do PIB, em outros países como Rússia, México e China o percentual caiu. Na Rússia, por exemplo, recuou de 24% para 18% do PIB. Com isso, o peso dos tributos no Brasil também ficou maior.