Cotidiano

Brasil cai para 57º e registra pior colocação em ranking de competitividade

ranking.pngSÃO PAULO – O Brasil perdeu mais uma posição e agora ocupa o 57ª lugar no ranking global de competitividade no World Competitiveness Yearbook (WCY), divulgado nesta segunda-feira pelo Institute for Management Development (IMD), em parceria com a Fundação Dom Cabral. Foi a sexta queda consecutiva do país na lista ? em 2010, o Brasil aparecia em 38º lugar, tendo despencado 19 posições desde então.

Assim, entre as 61 economias analisadas no estudo, o país aparece em sua pior colocação desde que o índice de competitividade do IMD foi criado, em 1989, e só está à frente de Mongólia, Ucrânia, Croácia e Venezuela, a lanterninha da lista.

? O que puxou o país ainda mais para baixo foi o desempenho da economia, a recessão que contamina todos os indicadores (PIB negativo, déficit fiscal e dívida pública ascendentes, desemprego e inflação em alta) ? diz a pesquisadora Ana Burchart, da Fundação Dom Cabral, completando: ?Aliado a esse quadro, há o pessimismo generalizado do empresariado, a falta de confiança na estrutura institucional e nos marcos regulatórios, reflexo da crise de governabilidade e ética que o país vive.

competitividade 3005Entre as economias latino-americanas, o Chile tem a melhor classificação, em 36º lugar, tendo caído uma posição em relação a 2015. O México é o 45º; a Colômbia, a 51ª; o Peru, o 54º; e a Argentina, que avançou quatro posições, agora aparece à frente do Brasil, na 55ª posição.

AVANÇO ARGENTINO

? O avanço da Argentina deveu-se principalmente a uma mudança de expectativas entre os empresários com a ascensão do governo de Mauricio Macri. Acreditamos que para reverter as expectativas aqui, como aconteceu no país vizinho, é fundamental uma agenda positiva que gere aproximação entre o poder público e o setor privado. É fundamental uma agenda positiva, que defina como vamos nos inserir em cadeias globais de valor, novos acordos internacionais, por exemplo ? diz Ana.

O ranking de 2016 mostra ainda que os Estados Unidos perderam a hegemonia como economia mais competitiva. O posto agora é ocupado por Hong Kong (China), que ascendeu uma posição, seguido da Suíça, com os EUA em terceiro. Cingapura (4º), Suécia (5º), Dinamarca (6º), Irlanda (7º), Holanda (8º), Noruega (9º) e Canadá (10º) completam a lista dos dez mais bem colocados.

Entre os principais problemas que a economia brasileira tem a superar para tornar-se um player mais competitivo, Ana, da Dom Cabral, cita a pouca abertura do Brasil ao mundo:

? Nossa economia ainda é muito fechada, não só ao fluxo de produtos e serviços mas também ao conhecimento. Nós não somos parte do processo de desenvolvimento da inovação e é importante aprender com países que estão à frente para absorver conhecimentos e tecnologias.