Cotidiano

Bradesco quer elevar idade limite para cargo de presidente

SÃO PAULO – O Bradesco quer elevar de 65 para 67 anos a idade limite para o exercício do cargo de presidente da instituição. Com isso, Luiz Carlos Trabuco, que atualmente tem 64 anos e faz aniversário mês que vem, ganha mais dois anos para exercer a função. A proposta de alteração já foi aprovada pelo Conselho de Administração e precisa agora ser aprovada em assembleia geral de acionistas convocada para o próximo dia 7 de outubro, segundo comunicado do banco à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Segundo o banco, a alteração de seu estatuto social permite “o aproveitamento da vasta experiência profissional e vivência administração adquirida na função de diretor-presidente especialmente neste momento de integração das operações do HSBC”.

Nessa mesma assembleia, será colocada em votação a proposta de incorporação do patrimônio do HSBC Bradesco ao do Bradesco. O negócio foi feito em agosto do ano passado, mas a transação só foi finalizada em 1º de julho, após a aprovação de todos os órgãos reguladores.

Trabuco está no cargo desde março de 2009, quando substituiu Marcio Cypriano. Como completa 65 anos no mês que vem, era esperado no nome de seu substituto, para assumir o cargo em março, quando ocorre a Assembleia Geral Extraordinária – é essa assembleia anual em que o “corte” de idade é aplicado.

Desde o final do ano passado é forte a dúvida no mercado sobre quem poderá suceder Trabuco. O mais cotado era Marco Antonio Rossi, presidente da Bradesco Seguros que morreu em novembro em um acidente de avião. Curiosamente, Trabuco também comandava a seguradora do grupo no momento da indicação para a presidência do Bradesco.

O assunto ganhou força em julho, quando a justiça aceitou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, e outros executivos da instituição financeira no inquérito que decorreu da operação Zelotes, que apura pagamento de propinas em troca de decisões favoráveis no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). O banco tem alegado que nenhuma irregularidade ou transgressão foi praticada por seus administradores.