Cotidiano

Bradesco faz mudança na diretoria executiva

SÃO PAULO – O Bradesco anunciou nesta quinta-feira uma alteração em seu quadro de executivos. O vice-presidente Sérgio Clemente, que era responsável pelas áreas de banco de investimento e atacado (relacionamento com grandes empresas), deixou a instituição financeira e será substituído por Marcelo Noronha, que é o vice-presidente responsável pela área de marketing e, por enquanto, acumulará funções.

O motivo da saída de Clemente não foi informado. Com 57 anos, ele estava longe da idade limite para aposentadoria estipulada pelo estatuto do banco para os integrantes da diretoria executiva, que é de 65 anos. O executivo estava na instituição financeira desde 2000, proveniente do BCN, uma das aquisições do Bradesco nos últimos anos. Tendo passado por diversas áreas do banco, era um dos cotados pelo mercado financeiro para substituir o atual presidente, Luiz Carlos Trabuco, que deve ficar no cargo até o início de 2019.

Tradicionalmente, as grandes mudanças na diretoria executiva do Bradesco são anunciadas no início do ano, próximo à data de realização da assembleia geral de acionistas.

Trabuco completou 65 em outubro, mas sem um substituto, o Conselho de Administração do Banco decidiu, em setembro, propor a extensão do prazo por dois anos, justificando que isso era necessário devido ao processo de integração com o HSBC.

Como o prazo foi adiado, especula-se no mercado que ganha força nessa disputa os vice-presidente mais jovens. Com a saída de Clemente, são cinco os vice-presidentes agora.

Desde o final do ano passado é forte a dúvida no mercado sobre quem poderá suceder Trabuco. O mais cotado era Marco Antonio Rossi, presidente da Bradesco Seguros que morreu em novembro de 2015 em um acidente de avião.

O conselho do Bradesco decidiu estender a permanência de Trabuco no cargo mesmo depois da justiça ter aceito, em julho, denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra Trabuco, que o tornou réu no inquérito que decorreu da operação Zelotes – que apura pagamento de propinas em troca de decisões favoráveis no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). O banco tem alegado que nenhuma irregularidade ou transgressão foi praticada por seus administradores.