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Botafogo segura vitória por 1 a 0 sobre o Grêmio e se garante na Libertadores

gremiofogao.jpgOs nervos traíram o Botafogo e quase colocaram a vaga na Libertadores por água abaixo na vitória por 1 a 0 na tarde deste domingo, na Arena do Grêmio. O relógio marcava 45 minutos de um primeiro tempo de baixo nível técnico, em que o clube carioca dominava um Grêmio em clima de férias e não teve dificuldade para abrir o placar, com belo gol de Bruno Silva. A tranquilidade acabou ali.

Enquanto o árbitro Jailson Freitas repreendia Negueba, atacante do clube gaúcho, por uma falta dura em Victor Luís, os colegas de equipe Airton e Sassá discutiram por conta de um passe errado, trocaram empurrões e só pararam de brigar porque houve quem separasse.

A confusão terminou com Airton recebendo o segundo cartão amarelo ? ele havia levado o primeiro minutos antes, por fazer cera ? e sendo expulso. Com um jogador a menos, o Botafogo viu se complicar uma partida até então sob controle, contra os reservas do Grêmio recém-campeão da Copa do Brasil, e sofreu para segurar a vitória por 1 a 0 que garantia o clube na Libertadores de 2017 sem depender de outros resultados.

Na saída para o intervalo, o ex-jogador da Chapecoense Bruno Silva, que conhecia pessoalmente boa parte dos atletas mortos na tragédia com a aeronave da LaMia, conciliava a emoção pelo importante gol marcado na Arena do Grêmio com o espanto gerado pela briga dos colegas Airton e Sassá.

? Longe de usar isso (a tragédia da Chapecoense) como justificativa para qualquer coisa, mas por mim a gente nem jogava. Estamos com os nervos à flor da pele, isso mexeu com todo mundo ? afirmou Bruno Silva, que levava em seu uniforme o nome do volante Cléber Santana, uma das vítimas do fatídico voo ? A ficha ainda não caiu. Eu era muito próximo do Cléber (Santana), frequentava a casa dele. A vida segue, mas o aperto é grande.

SIDÃO SALVA O BOTAFOGO

Antes do destempero de seus colegas de equipe, Bruno Silva havia produzido um raro momento de plasticidade e emoção no primeiro tempo. Aos 16 minutos, ele aproveitou uma sobra em cobrança de escanteio, girou diante da marcação e acertou o cantinho de Léo com um chute firme de perna esquerda. Na comemoração, ele tirou o uniforme do Botafogo e exibiu uma camisa com nomes de jogadores da Chapecoense mortos na tragédia. O árbitro teve bom senso e não mostrou cartão amarelo.

Com um a menos, o Botafogo dedicou-se a defender durante quase todo o segundo tempo. O Grêmio, que mostrava pouco interesse na partida, ocupou naturalmente o campo de ataque e passou a levar perigo. O goleiro Sidão, que já havia salvado o alvinegro em chance cara a cara de Bolaños no primeiro tempo, fez duas grandes defesas no reflexo, aos 30 e aos 34 da segunda etapa, em cabeçadas de Batista e do próprio Bolaños.

Em raro momento ofensivo do Botafogo no segundo tempo, Camilo acertou uma cobrança de falta no travessão aos 26 minutos. À exceção deste lance, o clube carioca limitou-se a defender para garantir a vitória e uma classificação à Libertadores que, no início do Brasileiro, era tratada como muito improvável. Os resultados da rodada – derrota do Corinthians (3 a 2 para o Cruzeiro) e empate do Atlético-PR com o Flamengo – deixaram o Botafogo na quinta posição, com 59 pontos. O alvinegro vai disputar a fase classificatória da Libertadores para tentar entrar na fase de grupos.