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Botafogo ganha do Atlético-MG com gol nos acréscimos: 3 a 2

Homenageado com uma camisa 10 pela diretoria do Botafogo, como referência aos tempos de jogador do alvinegro carioca, nos anos de 1980, o técnico do Atlético-MG, Marcelo Oliveira, não sabia que só teria esse motivo para sorrir em sua visita ao Estádio Luso-Brasileiro, na Ilha do Governador. Primeiro, viu seu time, nervoso, sofrer com uma atuação que não justificava a terceira posição no Campeonato Brasileiro. Depois, fez modificações que permitiram a reação e o empate. Mas acabou vendo a derrota surgir nos acréscimos, numa cobrança de escanteio. O resultado de 3 a 2 foi a quarta vitória seguida do Botafogo, num jogo dramático e com polêmica sobre arbitragem, e manteve o time em 5º lugar no Campeonato Brasileiro, na zona de classificação para a Libertadores. Para o Atlético, signifcou o fim de uma sequência invicta de oito partidas. Ainda em terceiro, o Galo vê aumentar a distância para o líder Palmeiras, que venceu o Figueirense.

A partida teve logo no começo uma polêmica que fez lembrar a de três dias antes, no Fla-Flu de Volta Redonda, que ainda rende discussões e suspeitas de interferência externa na decisão do juiz de anular um gol tricolor. Aos 4 minutos, após cruzamento da direita, Bruno Silva marcou para o Botafogo. A bola bateu no braço dele antes de descair para seu pé direito. O goleiro Vitor, do Atlético, levantou os braços em seguida, denunciando a irregularidade. O auxiliar não correu para o meio, como deve fazer em caso de gol. Mas o árbitro Wagner Reway validou o lance. O curioso é que o juiz não quis nem ir até o bandeirinha, talvez para evitar a repetição da confusão de que foi protagonista Sandro Meira Ricci na vitória do Flamengo sobre o Fluminense. Cercado por jogadores dos dois times, Reway ignorou solenemente seu auxiliar e apontou o centro do campo.

-É só pegar o lance do gol. O jogador do Botafogo dominou com a mão. Pode ser que o árbitro não tenha visto, mas temos dois bandeiras e um quarto árbitro para auxiliar. A gente tenta não deixar erros de arbitragem influenciarem. Mas quando os erros interferem no resultado, gera instabilidade – reclamou Vitor.

Bruno Silva também tinha sua reclamação para fazer:

– Qualquer coisinha hoje no futebol se discute se é bola na mão ou mão na bola. O braço estava colado, não tive intenção. Foi gol normal – disse.

O gol deu ainda mais tranquilidade ao Botafogo, que tinha iniciado a partida em maior voltagem do que o adversário. O Atlético se perdeu na irritação com a arbitragem. Logo depois, aos 17 minutos, Clayton finalizou e a bola tocou no braço de Emerson, que ainda tentou se desviar. Wagner Reway estava junto do lance, e mandou seguir, sem dar ouvidos às queixas dos atleticanos, que pediam pênalti. Em seguida, o Galo mostrou descontrole: Rafael Carioca levou amarelo ao dar uma rasteira em Neilton, e Fred também foi punido com cartão por reclamação, num lance em que sofreu falta e o árbitro marcou.

À base de marcação e velocidade, o Botafogo ampliou a vantagem num lance que começou com oma retomada de bola na defesa. Neilton rolou para Alemão cruzar na medida para um belo chute de primeira de Pimpão: bola no canto, e 2a 0 no placar.

Jair Ventura teve que mexer no time, no intervalo. Airton sentiu contusão muscular e deu lugar a Dudu Cearense. O segundo tempo mal tinha começado, e Fred, até então notado só por seu nervosismo, lembrou de como gosta de fazer gol no Botafogo. Após lançamento, ele escorou de cabeça para Robinho e recebeu de volta, para tocar por baixo de Sidão, cara a cara com o goleiro. Foi o 16º gol de Fred sobre o Botafogo, o time em que mais vezes marcou e do qual é o principal algoz.

O Atlético cresceu, e Otero jogou uma bola na trave logo depois do gol. Sassá entrou em lugar de Pimpão, que saiu aplaudido pela torcida. Mas nada mudou no domínio da equipe mineira. Aos 24, Otero cruzou, e o zagueiro grandalhão Leonardo Silva cabeceou para empatar, sem marcação.

Nos acréscimos, quando o jogo parecia se encaminhar mesmo para o empate, Camilo bateu escanteio e Dudu Cearense desviou de cabeça para dar a vitória ao Botafogo. A torcida, que lotou o Luso-Brasileiro, delirou e começou a festa.