Cotidiano

Bombardeios em Aleppo deixam quase 2 milhões sem água potável

RIO – Os intensos bombardeios na cidade síria de Aleppo na noite desta sexta-feira deixaram quase 2 milhões de pessoas sem acesso a água potável. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), os ataques danificaram a estação de Bab al-Nayrab, que abastece cerca de 250 mil moradores no lado Leste da cidade, que também não podem alcançar o local devido à violência. Em retaliação, a estação de Suleiman al Halabi, também localizada no Leste de Aleppo, foi desligada, cortando o fornecimento de 1,5 milhão de pessoas no Oeste da cidade.

– Quase dois milhões de pessoas de Aleppo estão mais uma vez sem água corrente da rede pública – afirmou Hanaa Singer, representante do Unicef para a Síria, em um comunicado. – Deixar as crianças sem água as coloca em risco de epidemias catastróficas de doenças carregadas pela água e aumenta o sofrimento, medo e horror que as crianças de Aleppo vivem no dia a a dia – acrescentou.

Ainda de acordo com o Unicef, no Leste de Aleppo a população será obrigada a recorrer a poços com água ?altamente contaminada?. Já no Oeste da cidade, aquíferos profundos fornecerão uma alternativa mais segura para os moradores. A organização também anunciou que vai expandir a atuação de carros-pipa de emergência pela cidade, mas destacou que esta é uma solução temporária e insustentável a longo prazo.

– É crítico para a sobrevivência das crianças que todos os lados parem os ataques contra as infraestruturas de abastecimento de água, deem acesso e reparem os danos à estação de Bab al-Nayrab e religuem a água de Suleiman al-Halabi station – concluiu Hanna.

Pelo menos 25 pessoas morreram neste sábado devido à ofensiva das tropas do governo do presidente Bashar Al Assad contra posições de rebeldes em Aleppo, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos. Elas se somam ás pelo menos 81 vítimas dos ataques aéreos mais intensos contra áreas de Aleppo dominadas por rebeldes realizados nesta sexta-feira depois que o Exército da Síria, com apoio da Rússia, anunciou uma ofensiva para recapturar totalmente a maior cidade do país, anulando qualquer esperança de ressuscitar um cessar-fogo.